Grandes julgamentos, grandes espetáculos
- 23 de agosto de 2022
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Theillyson Lima
Quanto um julgamento exposto na mídia pode alterar a percepção sobre uma pessoa ou personagem? Diante de inúmeras histórias, é possível pensar que a mídia direcionada de forma firme sobre um grande caso, pode condenar pessoas previamente, assim como “amenizar” a culpa dos réus.
Assim que um caso do tamanho de Johnny Depp x Amber Heard ou de O.J. Simpson toma a atenção das redes sociais ou de produções cinematográficas, o crime deixa de ser o centro das atenções. As pessoas, suas carreiras, comportamentos e empatia, tomam o imaginário da mídia e, principalmente, da população.
Sendo assim, o que era para ficar na área criminal, se torna um grande espetáculo. Fotógrafos, jornalistas, curiosos e fãs passam grande parte das suas horas procurando informações sobre o caso, sobre os envolvidos. Nesse contexto, características pessoais dos acusados tomam proporções maiores, alterando a percepção sobre os mesmos.
Isso quer dizer que os jornalistas e a mídia não podem acompanhar um julgamento de grandes proporções? É claro que não. Entretanto, nessa cobertura é preciso tomar cuidado para não transformar suspeitos em celebridades. Ao mesmo tempo, a condenação precipitada deve ser evitada, afinal, quem julga é a justiça.
Nesta edição especial do Canal da Imprensa, que comemora 20 anos de existência de sua primeira publicação, nossa equipe analisou 11 julgamentos de grande repercussão na mídia e no imaginário popular. São casos de pessoas injustamente julgadas, outros casos ainda sem solução, casos em que a solução não parece satisfazer o senso de justiça, entre outros.
O comum em todas as situações é a atuação da mídia. Sendo para omitir ou espetacularizar cada caso, é fato que ela tem impacto sobre os julgamentos. Por isso, ao ler os textos desta edição, você encontrará práticas sadias e outras eticamente condenáveis na atuação dos meios de comunicação. O importante é refletir sobre os erros e acertos e buscar uma cobertura cada vez mais próxima da realidade. Que grande desafio!