Religião não se discute?

Theillyson Lima

Futebol, política e religião não se discutem. Essa é uma máxima muito repetida em diversas rodas de conversas, mas será que deve ser realmente assim? Talvez, por falarmos pouco desses assuntos, que problemas importantes deixam de ser discutidos, gerando outros tipos de situações.

É por isso que problemas que acontecem no âmbito religioso podem ser ignorados, tanto por ordem dos líderes religiosos quanto pela falta de interesse em abordar tais temas. A temática é delicada, afinal, a religião tem parte importante na vida de muitas pessoas, o que pode tornar o assunto um tabu. 

Falar mal de uma religião, quando não é a sua, parece muito fácil e seria hipocrisia dizer que falamos tudo, de todas as religiões. O objetivo dos textos aqui não é julgar nenhuma religião, mas entender os crimes e erros públicos que acontecem nesse contexto e entender como a mídia acompanha tais erros.

Tenha em mente que erros individuais, ou até mesmo coletivos, não desqualificam a religião em si e muito menos as pessoas que a praticam. É possível ser sincero, ter uma boa conexão com o objeto de adoração religiosa, ainda que os líderes e o próprio funcionamento do sistema não sejam ideais. 

Por outro lado, os erros e crimes fazem parte deste contexto, e precisam ser denunciados, ainda que isso venha “manchar” a imagem da comunidade religiosa. Essa não é uma realidade tão simples de ser aplicada, pois os dogmas, manipulações e crenças envoltos na religião costumam impedir as denúncias, que acabam ganhando força quando um grupo se une para fazê-lo. 

Nesta edição do Canal da Imprensa, a primeira de 2024, analisamos alguns crimes religiosos, desde casos mais famosos até dilemas que não são tão familiares para nós brasileiros. Temos análises de problemas no cristianismo, islamismo e judaísmo, mas reitero, não avaliamos os méritos de cada religião, mas sim os delitos cometidos em seus meios. 

Leia os textos com atenção, com a mente aberta e sem preconceitos que podem estar relacionados com sua religião de origem. Seja ela qual for, é certo que os erros também acontecem, portanto, vale a pena entender o funcionamento desse meio e o que pode ser feito para reduzir tais problemas.

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