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“Os movimentos antivacinas são tão antigos quanto a própria vacinação”

  • 17 de junho de 2019
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  • Thamires Mattos
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Rebeca Queiroz

O professor de imunologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Guilherme Freitas explica a importância das vacinas e como os movimentos antivacina influenciam na opinião da população.

Rebeca Queiroz: O que são vacinas e como agem no organismo?

Guilherme Freitas: As vacinas são compostas por antígenos, que são, basicamente, microrganismos – ou parte de microrganismos – que foram alterados em laboratório, e, com isso, perderam a capacidade de provocar a doença. Por exemplo, na vacina contra a gripe existem partes do vírus da gripe que não são suficientes para nos provocar a doença, mas estimulam a nossa resposta imunológica.

RQ: Quais as vantagens de utilizar vacinas?

GF: Sempre que uma pessoa recebe uma vacina o objetivo é prevenir uma infecção futura e com ela as suas consequências. Por exemplo: quando uma criança é vacinada contra a paralisia infantil (ou poliomielite) é para que essa criança não seja infectada pelo vírus da pólio, e consequentemente, possa desenvolver paralisia.

RQ: Como ter certeza que as vacinas são seguras?

GF: Durante o processo de desenvolvimento, que é bastante longo, podendo chegar a 10 ou 15 anos, as vacinas são testadas quanto a sua eficácia. Ou seja: se elas realmente são capazes de proteger contra a infecção, e também quanto a sua segurança, se o antígeno utilizado não é capaz de provocar doença ou nenhum outro efeito indesejado. Caso uma candidata à vacina não se mostre segura, ela não é liberada para uso na população. Além disso, mesmo vacinas aprovadas passam de tempos em tempos por reavaliações a fim de atestar sua segurança.

RQ: Todos nós reagimos da mesma forma às vacinas?

GF: Cada pessoa possui um sistema imunológico único que sofre a influência de vários fatores como a idade, o estado nutricional e a presença de doenças crônicas. Por isso, pouco tempo após se vacinarem, algumas pessoas podem se queixar de dor, mal-estar e febre, enquanto outras pessoas não desenvolvem sintoma algum. Vale a pena lembrar que mesmo esses sintomas são considerados leves quando comparados à infecção normal. Outro fato é de que todas as vacinas, durante seu período de desenvolvimento, passam por um controle rígido que atesta sua segurança em diferentes grupos de pessoas incluindo idosos, crianças e mulheres grávidas. Por isso, também é muito importante ficarmos atentos para quais grupos determinada vacina é contraindicada. Por exemplo, mulheres grávidas não podem se vacinar contra a rubéola, pois a vacina traz risco de má formação congênita ou até mesmo de aborto. O melhor a ser feito no caso desses grupos de pessoas é consultar um médico de confiança, para que ele possa indicar quais vacinas elas podem ou não receber.

RQ: Por que o movimento antivacina surgiu e por qual razão ainda existe?

GF: Os movimentos antivacinas são tão antigos quanto a própria vacinação. Só  para recordarmos, em 1904, no Rio de Janeiro, aconteceu um movimento  popular que ficou historicamente conhecido como “Revolta da Vacina”. Nessa época, a população estava descontente com a vacinação obrigatória contra a varíola. Mesmo sendo uma campanha com um objetivo positivo, uma
vez que a varíola era uma doença grave, altamente contagiosa e que muitas vezes causava a morte da pessoa infectada, a forma como a vacinação foi imposta pelo governo, somada à falta de informação, gerou esse descontentamento. Até hoje, muitos movimentos antivacinas são vistos ao redor do mundo, principalmente em países da Europa e os Estados Unidos, e tem a falta de informação como sua principal aliada. Outro fato que também contribuiu para a acessão desses movimentos foi uma publicação realizada em 1998 pelo médico britânico Andrew Wakefield, relacionando a vacina tríplice viral (usada contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) com casos de autismo. Hoje sabemos que Wakefield forjou boa parte dos dados das crianças, e que tinha interesse financeiro por trás de sua publicação. Como consequência, o Conselho de Medicina Britânico cassou o registro de Wakefield e este ficou impedido de exercer a medicina. Vários trabalhos científicos sérios foram publicados posteriormente confirmando a segurança da vacina tríplice viral. Infelizmente, até hoje integrantes desses movimentos aproveitam a falta de informação da população sobre as vacinas para espalhar notícias falsas e ganhar cada vez mais adeptos.

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