• Home
  • Sobre o Site
  • Quem Somos
  • Edições Anteriores
Log In

  • Home
  • Sobre o Site
  • Quem Somos
  • Edições Anteriores

HomeDebateCulpado! Será?

Culpado! Será?

  • 6 de novembro de 2024
  • comments
  • Theillyson Lima
  • Posted in Debate
  • 0

Repercussões na imprensa de acusações não comprovadas trazem consequências irreversíveis para famosos.

Gabrielle Ramos

Em meio à repercussão de acusações e crimes envolvendo celebridades, a imprensa desempenha um papel crucial, seja ao condenar ou absolver essas figuras públicas. Afinal, a forma como um veículo jornalístico aborda um determinado caso pode influenciar diretamente a percepção do público.

Por mais que, em teoria, os jornais devam ser imparciais e averiguar os fatos antes de publicá-los, quando se trata de acusações contra famosos, há uma linha tênue. Ao mesmo tempo que não abordar o assunto pode sugerir omissão, publicar sem provas ou término do julgamento pode gerar consequências, muitas vezes irreversíveis.

A imprensa não passa pano

Quando o cantor Leonardo teve seu nome incluído em uma lista de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, tanto o G1 quanto o Correio Braziliense noticiaram o caso. Os veículos explicaram o porquê da fiscalização, apresentaram a resposta da assessoria do cantor e verificaram a veracidade ao consultar o Ministério Público do Trabalho.

No caso do envolvimento do cantor Gusttavo Lima e da influencer Deolane Lima com apostas ilegais, o G1 explicou os motivos que levaram à emissão dos mandados de prisão. A CNN seguiu a mesma linha e utilizou o termo “fuga” para descrever a viagem realizada pelo cantor após a repercussão desta informação.

Essa abordagem nas matérias deixa claro que os veículos de comunicação responsabilizam as celebridades por seus atos. Afinal, os crimes já foram julgados ou há uma sentença definida, portanto, não resta dúvida.

Julgamento antecipado da imprensa

As manchetes após a condenação do jogador de futebol Daniel Alves por estupro seguem a mesma linha. Pelo teor das palavras, fica claro que os veículos de comunicação desaprovam o crime. Um exemplo disso é o título de uma matéria da CNN: “Condenado por estupro, Daniel Alves curte liberdade provisória com futebol”.

Entretanto, essa manchete foi publicada após o jogador ser declarado culpado e cumprir sua pena. Afinal, durante o andamento do caso, quando ainda não havia a confirmação do crime, o mesmo veículo publicou “Diretor de boate afirma que Daniel Alves ‘não agia normalmente’, diz jornal”.

Esta matéria apresenta apenas uma perspectiva da história, sem confrontar as afirmações do diretor com informações de outras fontes. Assim, um leitor que analisasse apenas este artigo pode chegar à conclusão de que Daniel Alves realmente cometeu o crime, mesmo que, na época da publicação, isso não estivesse sido comprovado.

Nesse caso, após o julgamento, ele realmente foi declarado culpado. Mas e se fosse inocente? Como ficaria a percepção das pessoas se elas lessem materiais como este da CNN, que abordam apenas uma perspectiva dos fatos?

Consequências irreversíveis

Foi exatamente o que aconteceu com o jogador de futebol, Neymar. Em 2019, a modelo Najila Trindade o acusou de estupro após um encontro em um hotel em Paris. Essa situação gerou uma enorme repercussão na internet, pois diversos jornais publicaram notícias e mais notícias sobre o caso, responsabilizando o jogador mesmo na ausência de provas concretas.

Isso resultou na sua exclusão dele de jogos da seleção brasileira e no cancelamento de várias campanhas publicitárias. No entanto, após dois meses da denúncia, a polícia arquivou o caso devido a contradições nas provas e nos depoimentos da modelo.

Mas o estrago já estava feito. Para muitos, Neymar se tornou sinônimo de estuprador e até hoje, o jogador lida com as consequências de ter seu nome associado a atos que não cometeu.

Outro exemplo recente é o das acusações de assédio contra Lizzo. Em uma matéria do O Globo, as queixas contra a cantora são detalhadas e contam com relatos de pessoas que já trabalharam com ela. Isso os apresenta como argumentos que sustentam as denúncias.

Entretanto, o processo ainda não foi concluído, e, portanto, não se sabe se as acusações são verdadeiras ou não. Lizzo, inclusive, declarou em suas redes sociais que está sofrendo com a repercussão das notícias e chegou a ameaçar interromper sua carreira devido a essa situação.

O que é certo na imprensa?

O ponto em questão é que a imprensa fica entre a cruz e a espada. Pois, caso se omita, falha em cumprir o seu papel. Mas se reforça a narrativa da vítima, mesmo sem provas concretas, provoca um julgamento antecipado.

Essa situação pode ter consequências irreversíveis. Afinal, não basta publicar uma nota de retratação após veicular notícias falsas sobre alguém, porque a reputação dessa figura pode ficar sempre vinculada a fatores negativos.

É por isso que a imprensa deve apresentar todos os lados da história. Assim, não se omite nem impõe qual versão é a correta, mas permite que o leitor decida em que acreditar. Somente após o julgamento e a confirmação do crime é que a mídia pode, com segurança, tomar partido e defender o lado correto da história, sem aliviar ou suavizar a situação apenas porque a pessoa envolvida é famosa.

 

Post Views: 733

Related Posts

comments
Debate

Remakes: nostalgia para sobreviver

comments
Debate

O cansaço criativo disfarçado de nostalgia

comments
Debate

Adaptação ou oportunismo?

Escândalo de celebridades e o mercado de apostas

  • 6 de novembro de 2024
  • comments

Passar pano ou acusar antecipadamente?

  • 6 de novembro de 2024
  • comments

Share this

0
SHARES
ShareTweet

About author

Theillyson Lima

Related Posts

comments
Debate

Remakes: nostalgia para sobreviver

comments
Debate

O cansaço criativo disfarçado de nostalgia

comments
Debate

Adaptação ou oportunismo?

comments
Debate

A absolvição midiática das celebridades

Tags

  • #acusações
  • #crimes
  • #edição226
  • #famosos
  • ética
  • Imprensa
  • Jornalismo

Comments

Copyright © 2019 Unasp Engenheiro Coelho