Sobrevive quem melhor se adapta
- 7 de maio de 2020
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- Thamires Mattos
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As notícias não param, e o Jornal da Record prova que é possível se adaptar às limitações e reinventar os formatos televisivos mesmo em tempos difíceis
Djuliane Rodrigues
A pandemia do novo coronavírus mudou a rotina acelerada do mundo. Desde os primeiros casos divulgados na China, entre novembro e dezembro de 2019, a imprensa começou a fazer a cobertura. O Jornal da Record, por exemplo, abordou o assunto logo ao primeiro caso confirmado no Brasil, como mostra a edição que foi ao ar no dia 28 de janeiro de 2020. Até então, a redação do telejornal continuava com sua rotina normal. Como de costume, e atuando com precisão há mais de quatro décadas, a equipe se organizava atrás das câmeras para fazer a coisa acontecer. Cinco horas antes de ir ao ar, a redação já apurava as informações mais relevantes do dia. Repórteres, ainda pela manhã, iam às ruas apurar as notícias, falar com fontes, e, para que tudo acontecesse e o produto final estivesse pronto para ir ao ar à noite, era preciso uma equipe grande e organizada. Cerca de 82 profissionais produzem o Jornal da Record de segunda-feira à sábado. Com a pandemia se aproximando e aumento do número de casos confirmados da covid-19, a grande redação teve que se adaptar às normas do isolamento social. O fácil contágio por vias respiratórias e contato físico fez com que países adotassem o isolamento social em todo o mundo. Aglomerações já não eram mais possíveis.
Podemos traçar um paralelo entre Jornalismo e Biologia: a forma de transmitir notícias se adaptou, assim como a máxima “sobrevive quem melhor se adapta ao ambiente”. Entretanto, o ambiente não representa um sistema constante e estável, o que determina interações diferentes entre os organismos e o meio. Assim, o telejornal sobrevive nesses dias: se adaptando às mudanças. Nas últimas edições, por exemplo: jornalistas não mais compartilharam microfones com as fontes; na redação, só fica quem não pode fazer home office, e, quem sobra, deve usar máscaras; os portais online estão agora em máximo potencial de atualizações. Tais mudanças acentuaram aspectos de relacionamento entre o/a produtor/a de conteúdo e o/a receptor/a. Todas essas modificações também possibilitaram ao Jornal da Record explorar novas plataformas. O programa faz transmissões ao vivo no Instagram em diversos horários a fim de manter as pessoas bem informadas. Além disso, a redação aderiu a plataforma em alta do momento: TikTok. A ideia é desmentir fake news, informar de maneira criativa e mostrar os bastidores dos jornalistas mesmo em época de quarentena.
Em todos os telejornais já não se fala mais de outra coisa. O novo coronavírus é a pauta central. Como consequência do isolamento social e o interesse da população para saber o que está acontecendo no Brasil e no mundo, o Jornal da Record conquistou novos telespectadores. A novidade acarretou um aumento de 10% da média de audiência do telejornal no Painel Nacional de Televisão (PNT) em relação ao mês de março. Para manter a audiência e conscientizar a população sobre as medidas de isolamento social, os jornalistas estão empenhados na adaptação de entrevistas e trabalho em regime de home office. Muitos arriscam a vida para trazer notícias de qualidade. Por isso, a equipe de produção trabalha nos limites permitidos. As notícias não param, e o Jornal da Record prova que é possível se adaptar às limitações e reinventar os formatos televisivos mesmo em tempos difíceis.