Cabul, um barril de pólvoras
- 15 de setembro de 2021
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Percebe-se os ânimos descontrolados no Afeganistão, local em que militares americanos deixaram milhões de vítimas à mercê do Talibã
Franciele Borges
Quem nasceu antes de 2000 certamente tem guardado na memória o ataque de 11 de setembro de 2001. A data é significada como o atentado terrorista mais violento que os Estados Unidos sofreram, resultando na queda das Torres Gêmeas, em Nova Iorque. Dois aviões foram sequestrados por integrantes da Al Qaeda, liderados na época por Osama Bin Laden, inimigo número um dos americanos, que se chocaram propositalmente nas torres. O resultado: mais de três mil vítimas.
Desde o atentado no país, o governo do presidente George W. Bush prometeu retaliação, querendo a captura de Bin Laden com a invasão das tropas americanas no Afeganistão. A insesante busca e desejo por derrotar o grupo islâmico e seu principal líder durou duas décadas. Mas foi no governo de Barack Obama, em 2011, que puderam comemorar a morte do maior procurado dos Estados Unidos.
No mês em que se completam os 20 anos do atentado, o presidente Joe Biden autorizou a retirada das tropas americanas do território afegão. Com a evasão, o Talibã voltou ao poder em Cabul com violentas regras para os cidadãos, especialmente às mulheres.
A forma como tem sido conduzida a suposta vitória do Talibã não tem sido bem vista para a maioria dos países, especialmente os Estados Unidos. Poucos têm reconhecido o poder deles. O cenário caótico tem trazido espanto.
Sabemos através da imprensa e jornalistas amadores, que entregam a notícia através de filmagens e pedidos de ajuda para saírem do país com suas famílias. Tanto a essas fontes como as equipes jornalísticas que estão em Cabul, têm facilitado à imprensa brasileira repercutir a fantasmagórica situação. O site G1 dedicou uma aba exclusiva para trazer notícias a qualquer momento sobre o Afeganistão.
Em cada matéria, vídeo reproduzido pelo Jornal Hoje e Globo News, o site expõe os dois lados: os movimentos políticos de Biden e os do Talibã como a tomada do poder no palácio presidencial na capital. A posição é neutra ao expor alguma opinião, embora, a cada matéria publicada, haja exposição “sem cortes” das ações negativas do grupo, a saber, violência escancarada contra os opositores e contra as mulheres que protestam por direitos iguais. Quanto aos americano,s explicam os motivos da saída do poder militar com lembranças históricas como o 11 de setembro, sem acrescentar favoritismo a tal decisão.