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Ambiguidade em pauta

  • 30 de setembro de 2019
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A cobertura da Globo sobre as queimadas na Amazônia começou atrasada, e continuou com furos

Isabella Anunciação

Olhos ficaram estarrecidos diante do céu que se escurecia em plena tarde. Em 19 de agosto de 2019, o dia se transformou em noite para a população da Grande São Paulo. Pela manhã, antes das nuvens escuras se formarem, foi possível ver o tom amarelado no céu, provocado por fumaça.  Por volta das 15h, o azul do firmamento foi tomado por densas nuvens escuras. O caso atípico tornou-se motivo de postagens e compartilhamentos nas redes sociais, e a dúvida que não queria calar era: como tudo isso surgiu? A explicação do fenômeno é a combinação de dois fatores: muita umidade e muita fumaça. É costumeiro aos finais de tarde na capital paulista sentir uma brisa úmida, mas nuvens como aquelas eram atípicas. E, até então, a mídia pouco havia exposto a calamidade que acontecia na Amazônia. Um ecossistema importante para o mundo estava em chamas.

10 de agosto de 2019 significou, literalmente, o estopim para o aumento das queimadas na maior floresta tropical do mundo. Essa data foi marcada pelo “Dia do Fogo” – movimento conjunto dos produtores rurais da região Norte do país a fim de incendiar áreas da floresta Amazônia. Seu lema? “Queremos trabalhar, e, o único jeito é derrubando”.  As queimadas serviram para chamar a atenção do presidente Jair Bolsonaro. A primeira notícia sobre o plano dos produtores rurais foi publicada no dia 5 de agosto pelo jornal Folha do Progresso, da cidade paraense de Novo Progresso. As informações foram obtidas por meio de uma conversa com líderes dos produtores.

Durante algumas semanas, analisei como a Globo fez a cobertura dessa tragédia. Usei seu portal de notícias, o G1, e a revista eletrônica Fantástico como base da pesquisa. É interessante notar que o desmatamento na Amazônia só tomou grandes proporções na cobertura após o fenômeno em São Paulo. Ou seja: nove dias depois do “Dia do Fogo”. Isso nos leva a pensar no porquê da delonga em exibir esse desastre ambiental.

Ao pesquisar sobre as queimadas, pude reparar a quantidade de conteúdo sobre a crescente nos focos de incêndio. Ao fazer uma busca no G1 por “Queimadas Amazônia”, é possível encontrar matérias que contextualizam o acontecimento e títulos alarmantes: “Floresta tropical, savana e tundra sofrem com aumento de queimadas em 2019, mas fogo na Amazônia impacta mais o planeta”, “Há 9 anos a Amazônia não sofre tanto com as queimadas como em 2019”, “Nasa diz que 2019 é o pior ano da Amazônia brasileira desde 2010”. No entanto, existem poucos conteúdos sobre os efeitos sociais.

Já o Fantástico é conhecido por sua abordagem relativamente descontraída comparada à do jornalismo tradicional. É nítido como o programa se interessa em tratar de pautas que possuem maior intervenção estatal. Na reportagem especial produzida sobre as queimadas, transmitida no dia 25 de agosto, é possível observar que grande parte das informações foram colocadas de modo a responsabilizar o presidente pela atual crise ambiental. A reportagem foi feita in loco, para reforçar a importância do ocorrido. Foram obtidos flagras do transporte de madeira ilegal em plena área de proteção ambiental.

A forma como o Fantástico e o G1 abordaram as queimadas me intrigaram. As coberturas sobre o tema foram amplas em tratar do posicionamento do governo Bolsonaro diante da crise ambiental, os dados e estudos de especialistas sobre o fato em questão, a repercussão internacional e o risco de sanções pelo G7. Porém, se torna estreita em investigar quem são, de fato, os responsáveis pelas queimadas; qual a relação e a atuação das ONGs acusadas por Bolsonaro e quais são os impactos sociais das queimadas.

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