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Cartaz Contra a Parede

A veracidade dos fatos

  • 8 de março de 2023
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  • Theillyson Lima
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“Contra a parede” apresenta as controvérsias do jornalismo político e seus estereótipos no Brasil.

Bruno Sousa

Quando você ouve falar em jornalismo, o que vem em sua mente? As percepções são variadas. Todos têm uma maneira de enxergar o jornalismo e até associar a imagem dessa profissão a um jornalista que admira, até porque existem diversos tipos de atuação jornalística no meio político, social, investigativo, científico, entre outros. 

O jornalismo político sempre é pauta de controvérsias. É preciso ter uma visão clara e ampla sobre a ética profissional nesse segmento. Esta análise tem como foco o filme “Contra a Parede”, que traz uma visão do jornalismo ético e do corrupto em relação à política. Quais são as representações de jornalismo ali presentes?

Contra a Parede

O filme “Contra a Parede”, lançado em 2018, dirigido e roteirizado por Paulo Pons, tem como objetivo retratar a vida do jornalista Cacá Vianna, papel interpretado por Antônio Fagundes, considerado um dos atores mais reconhecidos e prolíficos do Brasil. A trama é qualificada como dramática.

O enredo me fez pensar em até que ponto eu, como jornalista, estaria disposto a prezar pelos valores da ética jornalística para proteger alguém ou até que ponto eu iria para descobrir a verdade. No início da trama, uma moça atravessa a rua na faixa de pedestre e é brutalmente atropelada por um carro. Até esse momento, a notícia é comum, afinal, muitas pessoas são vítimas de acidentes. No entanto, o caso toma nova dimensão quando se descobre que o autor do crime era o candidato à presidência da república Roberto Menezes, amigo de longa data do jornalista Cacá Vianna.

Falar ou não a verdade

Quando Cacá chega ao lugar do acidente, tenta apurar os fatos para descobrir o que aconteceu, mas Roberto afirma que quem estava na condução do veículo era Mônica, sua assessora. O jornalista, contudo, descobre a verdade por meio de uma testemunha comprada pelo candidato. Agora o protagonista precisa deixar de lado os laços de amizade e resgatar em si o jornalista ferrenho do início da carreira. O problema é que falar é simples, mas fazer é bem mais complicado.

Após pensar muito, Cacá entra ao vivo no jornal das 22h e conta em rede nacional que Menezes, o atual candidato à presidência, realmente atropelou a moça. No momento, todos da emissora o aplaudem e admiram a atitude do jornalista. Tá bom. Acho que o filme poderia acabar por aqui e estaria tudo certo. Mas, não: é aí que você se engana, a trama só estava começando.

A não verdade

Juro para você, a partir daqui eu tive um leve surto. “Tá bom, Bruno, o que aconteceu?” Deixa eu explicar. Após Cacá, em rede nacional, entregar a tal “verdade sobre os fatos”, ele ficou super confuso. Algo que perturba o personagem é o seu casamento que não está na melhor. Além disso, ele estava perto da aposentadoria.

Com esse misto de emoções entre tudo o que estava acontecendo, ele percebe que caiu em uma cilada; sim, armaram para ele. Com o passar da trama, Cacá descobre que foi profundamente enganado e que todo aquele acidente foi um jogo de um homem chamado Emiliano Siqueira. Ele era um político corrupto que queria conquistar a vice-presidência. Como não podia se expor, usava os partidos para se eleger e poder comandar de forma indireta.

Emiliano, então, usou a situação para tirar Roberto Menezes do jogo, e como Cacá estava prestes a se aposentar da TV, poderia usar a sua influência para se candidatar e ganhar a presidência. Assim, Emiliano governaria de forma indireta como seu vice.

Manifestação política

Após tudo isso e uma conversa com Igor Marin, outro candidato às eleições, Vianna vai entrar ao ar para apresentar a sua última edição do jornal. Agora, sua missão é entregar a versão correta do acidente ao público. É isso que ele faz: em rede nacional, assume que cometeu uma grande calúnia, e assume toda a responsabilidade sobre o acontecido.

Eu sei, eu também fiquei pensando no primeiro momento que o cara literalmente salvou a pátria. Mas, não. Cacá se vendeu, de forma política, por seus próprios interesses. Três meses depois, estava liderando o ranking em segundo turno com 46,8% para o futuro presidente da república, e sim, ele se candidatou.

Parece confuso, mas Cacá sabia o que estava fazendo. Ele se entregou às tramas de Emiliano para ter provas suficientes a fim de incriminá-lo depois. Com Vianna no poder, Emiliano conseguiria governar através dele, porém o jornalista lutou até o fim pela verdade. Com as provas, descobriu o segredo do jogo para colocar atrás das grades um grande corrupto. 

A maneira correta

De qualquer forma, Cacá salvou, sim, a pátria. Mas algo que me intriga é como a figura jornalística do protagonista foi representada. Será que todo jornalista, para descobrir a verdade, precisa se envolver nos joguinhos políticos? A verdade é que o jornalista teria sim outros caminhos para entregar um político desonesto. A imagem passada pelo filme é de que todo jornalista mente; são comprados e corruptos.

Outra coisa que me intrigou foi como a assessora de imprensa foi representada no enredo. Claro que o papel de um assessor não é apenas falar coisas boas sobre seu empregador; a assessoria de imprensa envolve questões bem mais complexas. Mônica, no entanto, é a assessora de Roberto Menezes e tem uma filha com câncer terminal e precisava de muito dinheiro para o tratamento da criança. Desta maneira, acabou se vendendo. 

Como diz um ditado popular, “a ocasião faz um ladrão”. Isso me fez refletir quantos assessores não passam pela mesma situação; quantos não são comprados para mentir ou enaltecer alguém na mídia, e se não fazem podem colocar em risco o seu emprego. Vale lembrar que a remuneração de um assessor não é tão alta assim. De acordo com o portal GlassDoor, que agrupa valores repassados por profissionais de diversas áreas, a média salarial de um assessor de imprensa está na casa dos R$ 3700 – menos que o salário mínimo ideal de 2022, calculado pelo Dieese.

Nossa missão

Com base em tudo o que foi apresentado, quero deixar claro que a minha missão como jornalista nada mais é que falar a verdade e trazer informação de forma precisa, objetiva e clara ao meu espectador, ouvinte e leitor. Qualquer caminho para a investigação que possa comprometer a confiabilidade de minhas informações não é bom o suficiente. Pode parecer utópico, mas sempre devemos prezar pela integridade ética no exercício do jornalismo. Se queremos que o público confie em nós, é preciso que sejamos merecedores.

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