
Rádio Globo: há 80 anos no ar
- 4 de junho de 2025
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- Theillyson Lima
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Conheça a trajetória da emissora histórica do país.
Luiza Strapassan
Criada em dezembro de 1944 por Roberto Marinho, a emissora Rádio Globo se tornou destaque nacional. O seu objetivo era aumentar o acesso à informação para além dos papeis, visto que nessa mesma época o único meio de comunicação em massa era o jornal impresso. O papel da rádio no Brasil era essencial e, de certa forma, até mesmo indispensável para quem queria acompanhar as principais notícias, histórias e espetáculos.
A Rádio foi crescendo e se consolidando a partir do momento em que se mostrou uma emissora moderna, atualizada e capaz de mesclar diversos assuntos e não perder sua relevância e veracidade para a população. Além disso, a influência das rádios internacionais também serviram para aumentar a fama da Rádio Globo. Seus roteiros e equipamentos eram considerados além de seu tempo.
Expansão
Mesmo com a chegada da televisão em 1950, a Rádio virou rede e se espalhou por todo o Brasil – incluindo as capitais, grandes centros disseminadores de informação até hoje. A mistura de entretenimento com seriedade se tornou um divisor de águas para a população. A habilidade das vozes, que mais tarde se tornaram apresentadores ícones, histórias contadas em novelas e as notícias cobertas rapidamente acabaram se tornando rotina.
Foi aí que novas rádios foram geradas a partir da matriz, como o exemplo mais conhecido, a Central Brasileira de Notícias, conhecida como CBN. Ela surgiu para revolucionar o jornalismo no rádio, sendo a primeira a fazer a proposta, na época vista como arriscada, do all news, cobertura 24h, incluindo atividades esportivas – um dos tópicos que movimenta o país até hoje. Atualmente, esse estilo serve de referência nacional para o radiojornalismo.
Nomes conhecidos
A Rádio Globo foi responsável por alavancar vozes que se tornaram celebridades sem nem mesmo mostrar o rosto. Nomes como Doalcei Camargo, Mário Sérgio Cortella, Antônio Carlos Contursi (Cascalho), Miriam Leitão, Sérgio Abranches e Vera Magalhães se tornaram verdadeiros protagonistas.
Assim como a maioria dos veículos de comunicação, o rádio teve seu auge e seu poder de disseminação não apenas de conteúdo, mas de narrativas, opiniões e personalidades. Para as gerações atuais, percebemos que o impacto não é mais o mesmo, os nomes não são reconhecidos facilmente como por um grupo de millennials, mas sua história continua de pé.
E agora?
Com o passar dos anos, apesar de ser uma gigante no mundo da comunicação, a Rádio Globo foi abalada pela chegada da era digital. As mudanças no formato, estilo e conteúdo dos produtos originais fizeram com que o tradicionalismo fosse colocado de lado e precisasse se reinventar. Apesar de 79% da população ainda ouvir o rádio, sabemos que existem barreiras para manter a audiência acompanhando as programações.
Além de outras emissoras, a facilidade de encontrar meios que ofereçam o mesmo produto é maior. Para ouvir música, basta acessar um aplicativo específico, para se situar das notícias, é só abrir o Instagram de um veículo. Apesar de ter resistido por muito tempo, a Rádio Globo acabou por manter grande parte das programações como musical, incluindo faixas nacionais e internacionais, com intervalos culturais. Para conseguir se sustentar, a emissora investiu em um aplicativo da Rádio, criou podcasts vindos dos programas ao vivo e investiu nas redes sociais.
Ao comemorar seus 80 anos, com direito a página exclusiva de conteúdo comemorativo, a Rádio se mostra firme, e apesar dos pesares tecnológicos enfrentados, continua sendo uma das maiores referências radiofônicas já criadas. Os números continuam sendo pontuados, porém, o dever de entregar uma comunicação eficaz segue acontecendo.