![Elon Musk vestido de home de ferro voando pelo espaço]({"full":{"0":"2021\/08\/Corrida_Espacial.jpeg","1":628,"2":353,"3":false,"file":"https:\/\/cdn.canaldaimprensa.com.br\/canaldaimprensa-home\/2021\/08\/Corrida_Espacial.jpeg"}})
Imagine um mundo onde tudo pode acontecer!
Enquanto pessoas comuns lutam para conquistar seu próprio espaço, os bilionários estão transformando o Espaço Sideral em uma nova fronteira para a alta burguesia mundial. Parece coisa de outro planeta, não?
Thainá Reis
—O que você quer ser quando crescer? perguntou o professor da educação infantil.
— Um astronauta!— respondeu, com muito entusiasmo, Lucas, de apenas 6 anos.
O professor sorri enquanto ouvia a história de cada aluno. A sala estava repleta de imaginação, o que nos leva à esperança. Mas parece que o sonho de uns está mais perto da realidade do que outros. As circunstâncias, no entanto, não favorecem os sonhadores, e sim, aqueles que têm mais verba para alimentar suas fantasias.
Alô, alô, planeta Terra chamando, planeta Terra chamando. Esta é mais uma edição do Canal da Imprensa de Lucas Silva e Silva, falando diretamente do mundo da Lua, onde tudo pode acontecer”. O bordão faz parte da abertura do programa Mundo da Lua, mas não parece tão distante assim.
Richard Branson da Virgin Galactic, Elon Musk da Tesla e Jeff Bezos da Amazon, fazem parte de uma classe de pessoas cujas fortunas cresceram incompreensivelmente tanto que agora devem ser gastas em expedições vaidosas à atmosfera, porque só esbanjar suas riquezas bilionária não é mais suficiente.
No momento em que deveríamos fazer de tudo para manter o planeta habitável, os bilionários estão dando um show de distração numa busca por acumulação capitalista. A decadência capitalista divide o pensamento de quem parece viver no mundo da lua.
O espetáculo dos bilionários no espaço vem se intensificando nos últimos anos. Elon Musk parece estar vencendo. No ano passado, a sua SpaceX foi a primeira empresa privada a fechar um acordo com a Nasa para realizar um voo tripulado para a órbita terrestre. Deu certo.
É irônico pensar que quanto mais perto os bilionários estão de cruzar a linha de chegada, o resto da população continua morando no planeta terra (onde a indústria espacial privada depende, literalmente, de bilhões de dólares em dinheiro público). A elite vive em um mundo completamente à parte e esbanja sem escrúpulo algum seus privilégios.
Enquanto pessoas comuns lutam para conquistar seu próprio espaço, os bilionários estão transformando o espaço sideral em uma nova fronteira para a alta burguesia mundial. Parece coisa de outro planeta, não?
O que eles sinalizam é um futuro de desigualdade cada vez mais profunda: tentam nos iludir de que seus interesses comerciais e empreendimentos pessoais fazem parte de um propósito social comum, e não uma disputa mesquinha por riqueza e poder. No entanto, se o mundo continuar assim, em breve, o resto de nós pode não ter mais que imaginar.
Não imagino dividir o mesmo planeta que essa gente, enquanto um vírus domina e faz o mundo parar, os homens mais ricos apostam uma corrida pra ver quem chega mais longe de toda a realidade. O escapismo nunca foi um fenômeno tão próximo.
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