Credibilidade contra o Ebola
- 14 de abril de 2020
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- Thamires Mattos
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Como um programa de televisão pode ajudar na informação sobre conscientizar uma população diante de uma epidemia mortal? O Fantástico foi atrás da resposta
Maria Teófilo
Como um programa de televisão pode ajudar na informação sobre conscientizar uma população diante de uma epidemia mortal? O Fantástico foi atrás da resposta. O programa faz uso do jornalismo para mostrar com clareza o terror causado pela Ebola, doença com altos índices de mortalidade.
Criado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, também conhecido como Boni, o Fantástico é uma revista eletrônica. O programa brasileiro vai ao ar aos domingos à noite desde cinco de agosto de 1973. Sempre apresentado por duas pessoas, o programa traz temas que fazem a população refletir no que acontece no Brasil e no mundo. No início, não havia apresentadores fixos, e sim uma locução feita por Cid Moreira e Berto Filho. Depois, começaram a contar com o elenco de apresentadores/as da TV Globo. Com quadros de humor e uma variedade de informações, o Fantástico faz com que a noite de domingo das pessoas saia da rotina; afinal, as novelas de dias “normais” são substituídas pelo programa.
Em 2014, apresentado por Tadeu Schmidt e Renata Vasconcellos, o Fantástico fez uma série de reportagens sobre o Ebola, uma das doenças mais mortais que existem. Se contraída, pode matar mais de 90% da população de um país. Isso aconteceu no continente africano, e – com razão – causou pânico e apreensão no mundo. Com o quadro Médicos Sem Fronteiras, o programa conseguiu mostrar de maneira eficaz o que acontecia nos países africanos afetados pela doença. As cenas captadas evidenciam que o verdadeiro jornalismo se faz em qualquer lugar, não importando os riscos. O resultado foi um quadro informativo e comovente. O Fantástico foi um dos poucos programas jornalísticos que se envolveu de forma profunda no assunto, o tratando com seriedade. Ele tratou a epidemia como um caos que precisava da ajuda dos países desenvolvidos. Mostrou de maneira clara se o Brasil estava preparado caso o vírus chegasse até aqui. Vidas eram perdidas a cada dia; e os apresentadores, junto às equipes médicas, voluntárias, de reportagem e assessorias que estavam nos locais afetados mostravam o “ritual” para se proteger do vírus, assim como a desinfecção nos enterros das vítima
Diferente do novo coronavírus – a pandemia que enfrentamos hoje –, o contágio do Ebola é dado não somente através de interações entre humanos, mas também de humanos com animais e vice-versa. O vírus altamente mortífero se introduz a partir de qualquer mucosa; sendo assim, é preciso cobrir todo o corpo. De maneira eficaz, o programa conseguiu passar todas as informações essenciais para o Brasil e o mundo.
A cobertura das reportagens do Fantástico mostrou que o assunto era e continua a ser tão sério que, se chegasse ao Brasil, deveríamos estar preparados para uma crise nacional. Precisaríamos ter uma boa estrutura em hospitais e postos de saúdes, com equipamentos e capacidade para atender a todos. A mídia tem um papel importante na sociedade: se as informações transmitidas por ela não forem verídicas e críveis, não sabemos no que confiar. O programa analisado mostrou que se preocupa em mostrar a realidade, mesmo não sendo a do Brasil. Com essa credibilidade, o Fantástico faz do jornalismo uma ferramenta que pessoas podem confiar, e continua sendo um dos programas mais assistido aos domingos. Ainda hoje, o Ebola assola o continente africano. Se o novo coronavírus é o rei do momento, o Ebola é o próprio reino, comandado por demônios capazes de fazer da Terra o maior inferno dos últimos tempos.