Uma teoria da conspiração para chamar de sua
- 16 de junho de 2021
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Theillyson Lima
Você já ouviu falar que o triângulo das bermudas é misterioso? Que Elvis e Michael Jackson não morreram? Quando o assunto é duvidoso, mas leva diversas pessoas e grupos a compartilharem uma ideia, é um indício claro de que se trata de uma teoria da conspiração. Essas teorias são tão antigas que podem ser vistas desde as épocas bíblicas, quando histórias se espalhavam entre os povos e criavam mitos sobre gigantes e guerreiros.
O tema é tão recorrente que o próprio Canal da Imprensa já abordou esse assunto na edição 146, no ano de 2014. Sete anos depois, estamos aqui novamente para avaliar novas (algumas nem tanto) teorias conspiratórias. Em pouco menos de uma década, outras estórias surgiram, assim como novos devaneios e inquietações.
Diante da situação pandêmica que vivemos, encontramos ainda uma grande oportunidade para que novas teorias fossem criadas. “O coronavírus foi criado em laboratório? O vírus só ataca pessoas com determinados genes? As vacinas são uma forma de implantar chips nos humanos?” Essas e outras perguntas são exemplos clássicos de teorias que são criadas para entreter os grupos de WhatsApp e causar histeria em rodas de conversa.
Mas em que parte dessa história se encaixa o jornalismo? Afinal, não são, ou pelo menos não deveriam ser, os jornalistas que criam essas teorias. Em muitos casos, entretanto, a mídia se torna uma das principais divulgadoras e impulsionadoras dessas histórias, deixando que elas cheguem ao conhecimento de milhões de pessoas.
Muitas dessas teorias podem ser inofensivas, como possíveis “não mortes” de famosos ou histórias de ovnis e extraterrestres. O problema aparece quando a conspiração leva pessoas a desacreditarem de aspectos sérios e, muitas vezes, comprovados pela ciência. As conspirações levam pessoas a duvidarem do poder de um vírus, da eficácia de uma vacina ou da existência do globo terrestre.
Não é porque um governo ou político famoso endossa uma ideia que a mídia deve comprá-la e apresentá-la sem nenhum olhar crítico. É preciso pensar quais ações e reações uma “teoria” pode provocar na sociedade. Dependendo do assunto, os impactos podem ser mais sérios do que se pode imaginar, o que demonstra a importância de avaliar cada tema de modo sério.
Ainda assim, há espaço para se divertir, imaginar situações pitorescas e acreditar piamente que o seu artista favorito não morreu. Afinal, cada pessoa tem uma teoria da conspiração de estimação, basta escolher a sua!