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O papel do Brasil na guerra de Israel

  • 15 de maio de 2024
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  • Theillyson Lima
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É preciso se posicionar em um conflito que é muito maior do que o Brasil?

Victor Bernardo

O conflito entre Israel e Palestina já dura séculos. A história desses dois povos se entrelaça tanto com a própria história da humanidade que é difícil até determinar um estopim. A guerra mais recente, no entanto – a primeira após alguns anos de relativa paz -, tem um início mais claro. No dia 7 de outubro de 2023, o grupo extremista Hamas ataca Israel, que retalia e determina o objetivo de eliminar a organização terrorista da Faixa de Gaza.

Desde então, são mais de sete meses de morte, fome e um sofrimento imensurável para milhares de pessoas. Graças a uma posição geográfica e diplomática privilegiadas, o Brasil é pouco impactado por esse assunto do ponto de vista bélico. Apesar disso, o conflito trouxe e ainda traz ao país muitas consequências, especialmente na política.

Desde o início da guerra, o país já foi de mediador ao epicentro de uma crise, passou por problemas na repatriação dos afetados pelo conflito e viu parte da população celebrar o “cristianismo do Estado de Israel”. Tudo isso em meio a problemas financeiros globais que também são resultado da crise no Oriente Médio.

A diplomacia Brasileira

A primeira medida do governo Brasileiro em relação aos ataques foi, obviamente, condenar as ações do Hamas. Ainda no dia 7 de outubro, o Itamaraty expressou “condolências aos familiares das vítimas e solidariedade ao povo de Israel”.

No entanto, ao contrário do que fizeram outros países – Estados Unidos e a Europa Ocidental, por exemplo -, o Brasil não se manifestou a respeito de um suposto “direito de resposta” de Israel. Na verdade, o presidente Lula afirmou desde o início que o país não pouparia esforços para “evitar escalada do conflito”.

Também no início da situação o governo federal tomou medidas no sentido de retirar os brasileiros da Faixa de Gaza. Foram preparados aviões, enquanto o Itamaraty articulou com Israel e com o Egito a  passagem dos brasileiros pela fronteira de Rafah.

Por obra do acaso, o Brasil acabou assumindo uma posição de destaque nos primeiros dias do conflito. Como presidente do conselho de segurança, foi responsabilidade do governo Brasileiro convocar e presidir as primeiras reuniões do órgão para tratar sobre a crise no Oriente Médio.

Durante esse período, o Brasil tentou emplacar uma resolução sobre o conflito, mas acabou não tendo sucesso diante do veto dos Estados Unidos. Como membro permanente do conselho, o país norte-americano é um dos que têm poder de veto, e foi o único a votar contra a proposta brasileira,  justamente por não mencionar o direito de autodefesa de Israel.

É difícil considerar que isso tenha sido uma falha do ponto de vista diplomático, já que outros países também tentaram aprovar resoluções e falharam. Apenas em março deste ano é que o conselho conseguiu chegar a um acordo, por uma mudança no posicionamento dos Estados Unidos.

Momentos de tensão

Depois de um início bastante diplomático e basicamente sem tomar partido, o Brasil subiu o tom contra a retaliação do governo israelense. No dia 18 de fevereiro, o presidente Lula classificou como “chacina” a ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza, comparando a situação ao holocausto. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse. 

A declaração gerou uma enorme comoção na comunidade judaica e causou um certo  desconforto na diplomacia.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou o que chamou de declarações “infundadas” de Lula. Para a entidade, a fala do petista foi uma “distorção perversa da realidade”.

O ministro das Relações Exteriores de Israel declarou Lula como “persona non grata” no país e tanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quanto o chanceler Israel Katz criticaram a fala do presidente e pediram uma retratação.

Depois da polêmica, Lula chegou a reforçar suas falas, chamando de genocídio a ação israelene. O presidente ainda clamou por reformas no conselho de segurança da ONU e chamou de hipocrisia a inação da comunidade internacional diante dos conflitos em curso.

Depois dessa crise, a situação se aproximou da normalidade. Não houveram mais grandes manifestações de nenhum dos lados e – como a maioria das crises geopolíticas – o tempo fez com que tudo se esfriasse.

Como o Brasil vê a guerra?

Para além da questão geopolítica que permeia um conflito dessa magnitude, a guerra tem feito parte do cotidiano da política brasileira. 

Nas redes sociais, são vistas manifestações defendendo um lado ou outro, além de muita desinformação sendo espalhada. Políticos também se manifestam a favor ou contra Israel ou Palestina, assim como veículos de imprensa – mesmo que de maneira mais discreta.

Com esse bombardeio de informações – muitas vezes falsas – é de se esperar que a massa da população brasileira não entenda este conflito em sua totalidade, e não foi difícil confirmar essa percepção ao longo desses meses. 

Defender só um lado, em detrimento do outro, já mostra um desconhecimento do contexto histórico desse conflito. É justo considerar exageradas as reações de Israel, mas não é sensato descartar o direito do povo judeu de ocupar uma parte do território. Assim como é óbvia a necessidade de se condenar os ataques terroristas do Hamas, mas não se pode achar que eles são o rosto de toda a causa Palestina.

Usar esse conflito para defender interesses político-partidários também mostra uma falta de entendimento sobre uma guerra que é muito mais antiga e muito maior do que a disputa recorrente de esquerda e direita.

Um caso é bastante emblemático nesse sentido: em 25 de fevereiro, durante uma manifestação em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, várias bandeiras de Israel foram empunhadas, em uma demonstração de apoio ao país. Alguns manifestantes, perguntados sobre o motivo daquilo, responderam que defendiam Israel pois se tratava de um país cristão, como o Brasil.

Esse exemplo é quase absurdo, e obviamente um extremo de desconhecimento, mas representa bem o problema. O Brasil não conhece Israel, muito menos a Palestina. O Brasil também não entende esse conflito – às vezes a ponto de não saber a diferença entre cristianismo e judaísmo. O Brasil não tem propriedade alguma para indicar quem está certo ou errado.

A defesa irrestrita de um lado ou outro não é nada mais do que uma defesa dos próprios interesses, politizando e levando a extremos tudo que acontece no mundo. Esse é o modus operandi da política brasileira, que transforma até o conflito (ainda vivo) mais antigo da história em Esquerda x Direita.

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