Newsletter: uma nova forma de controlar o que você consome
- 8 de junho de 2022
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“A importância de buscar um novo método de comunicação independente”.
Camylla Silva
Sabemos que a comunicação entre empresas, seus clientes e leads sem dúvidas ajuda a criar uma boa relação e ampliar as chances de fazer os negócios darem certo. Portanto, é necessário ter precisão e criatividade nos conteúdos. E uma das ferramentas mais usadas para isso é o e-mail.
Se você não sabe, uma mensagem tem muito mais chances de ser vista por e-mail do que nas redes sociais. Pois bem, esse já é um bom argumento para você fazer com que os seus conteúdos sejam notados na caixa de entrada.
Você pode até achar que isso não dá certo. Mas, é possível, sim, conseguir excelentes resultados com a criação das famosas newsletters. Uma forma capaz de dialogar com os clientes e captar dados, criando novas oportunidades de negócios.
Por esses e outros motivos, grandes empresas, freelancers e jornalistas procuram apostar nesse método. Enviada com recorrência, diariamente, semanalmente ou quinzenalmente, as newsletters são como um jornal que chega via e-mail para divulgar informações, curiosidades, orientações e até mesmo dialogar de diversas formas com uma rede de contatos, engajando e trazendo resultados significativos.
A newsletter e o jornalismo
Dentro do jornalismo, a newsletter pode valer muito. Segundo o Ghost Interview, esse mercado pode valer mais de R$22 bilhões até 2024. Por isso, tem funcionado como um processo de triagem de formatos, conteúdos e notícias. A mais conhecida curadoria, ou seja, é como uma seleção de conteúdos que são enviados para os assinantes.
Em alguns casos a newsletter permite a cobrança pelos serviços, já que o cliente ou assinante recebe conteúdos selecionados. Dentre os mais diversos assuntos, eles recebem: reportagens, críticas, notícias e outros textos jornalísticos, em um vão que é definido pelo autor.
Como exemplo de plataformas que prestam esse tipo de serviço, temos a Substack. A startup aceita autores e assinantes do mundo todo. Nesta plataforma, os escritores podem abrigar newsletters pagas onde 10% do valor que é obtido após ser recebido pelos boletins, fica na plataforma e o restante vai para o autor. Contudo também são hospedados serviços e envios totalmente gratuitos.
Este formato de negócios vem atraindo diversos jornalistas experientes que atuaram em grandes veículos de imprensa. Como o caso de Glenn Greenwald, o jornalista norte-americano que atuou no The Guardian e The Intercept, e Tiago Leifert que trabalhou por anos na Rede Globo e atualmente investe uma parte do seu tempo criando newsletters na plataforma Substack. Nomeada por ele mesmo como “Tech, Games, Cultura pop (e às vezes esporte)”, a news já possui 20 mil inscritos.
A vez da newsletter
É meio irônico dizer que as principais ferramentas digitais do jornalismo e da atualidade ganhem um lugar através de e-mails. Até porque muitas pessoas ainda acreditam que esse método de levar notícias está morrendo. Mas com o crescimento das newsletter jornalísticas, podemos notar que essas ideias estão totalmente equivocadas.
Com a facilidade de acesso a internet e a informações, os dados que dependiam de muitas horas de pesquisa deixaram mais acessíveis em segundos de cliques. A inovação da tecnologia e a chegada da era informativa permitiu que o trabalho jornalístico não perdesse a essência e ficasse mais claro nos tempos de hoje.
A importância do jornalismo independente
Para fazer um bom jornalismo não é preciso ter grandes equipamentos ou uma tradicional imprensa. Pois o próprio jornalismo perdeu meios industriais e está avançando em um novo século com serviços de alto valor. Embora estejamos em um mundo onde todos viraram disseminadores de conteúdos, a ideia do que realmente é fazer jornalismo se tornou difundida.
Os conteúdos que são consumidos e compartilhados pelas pessoas no WhatsApp e Facebook têm trazido diversas consequências. As pessoas não se preocupam se determinada notícia chegou até ali através das fontes jornalísticas – e quando chega, é consumida só a manchete, sem buscar nenhum detalhe ou contexto.
Ainda que lançar e-mails como um menu de notícias sobre assuntos de interesse é algo que o Google e outros robôs que coletam dados do meu histórico podem fazer, as newsletter não só tem uma seleção daquilo que te interessa no meio de várias notícias. Os conteúdos que são enviados precisam ter uma intenção, solucionar um problema ou até mesmo atender uma paixão de forma mais sucinta, clara e completa.
Para prestar a sociedade só é preciso ter jornalistas criativos que criem uma boa fonte de informação e cultivem um público fiel e disposto a pagar por um conteúdo original e confiável.