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Em cartaz, mas para quem?

  • 12 de maio de 2021
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As produções do cinema brasileiro têm conteúdos dignos de Oscar, mas ainda são pouco admiradas pelo público de casa

Franciele Borges

“Por que valorizar o cinema brasileiro sendo que Hollywood disponibiliza um vasto espaço de produções de alta qualidade para o mundo todo?” Questionamentos em torno da pergunta se dá devido ao conhecido desprezo que o cinema brasileiro tolera, ainda que haja produções dignas de premiações como o Palma de Ouro de Cannes- prêmio de maior pesquisa no Festival de Cinema de Cannes entregue desde 1955 ao filme vencedor. Embora o próprio brasileiro cisma em dizer que as belas artes não têm qualidade e não são atrativas em comparação às produções hollywoodianas, há críticos de cinemas e telespectadores internacionais que consomem com admiração as criações audiovisuais feitas pelo Brasil. 

O cinema brasileiro nasceu em 1898 com os irmãos ítalo-brasileiros Paschoal e Affonso Segreto filmando a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Com o tempo as imagens perderam-se após uma viagem dos dois para a Itália. Entretanto, ficou registrado como o ano do primeiro filme produzido no Brasil, cuja data é comemorada em 19 de junho como o Dia do Cinema Nacional. O cinema foi ganhando espaço com as primeiras produções oficiais. Desde seu início ele traz a essência e a personalidade brasileiro.  

Um exemplo de que o cinema brasileiro é importante e merece destaque é a forma como ele movimenta a economia do país. Em 2020, o lançamento do filme Minha Mãe é uma Peça 3, tendo como protagonista o ator e humorista Paulo Gustavo, arrecadou R$182.045.806,00 milhões com um público de mais de 11,5 milhões de pessoas em todo o Brasil. Esses dados mostram a qualidade e o apreço por um produto que não se encontra, geralmente, na Netflix, por exemplo. 

A Agência Nacional do Cinema (ANCINE) é quem levanta esses dados econômicos e de audiência, e ela é responsável por cuidar da fiscalização e regulamento do cinema e audiovisual. 

A qualidade dos produtos lançados e divulgados no exterior levou o cinema brasileiro ao tapete vermelho do Oscar desde 1963 com a obra O Pagador de Promessa.O longa ganhou a Palma de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Cannes, na França. Embora o Brasil nunca tenha trazido para casa um Globo de Ouro, ficou por lá o destaque do país rico em cultura, humor e alegria. Além do otimismo, é retratado por meio dos filmes os debates sociais de um país grande como a criminalidade, retratado em Tropa de Elite, 2007, vencedor duas vezes como melhor filme no Festival de Berlim com o Urso de Ouro e depois no Festival Hola Lisboa, corrupção, a depreciação dos objetos de valor sentimental, a vida humilde no interior em O Auto da Compadecida, 2000, com premiações nacionais e no exterior, recebeu o prêmio do júri popular do Festival de Cinema Brasileiro de Miami.  

Entre outros títulos aplaudidos e premiados internacionalmente como Central do Brasil, 1998, que recebeu o Urso de Ouro como o melhor filme e o Urso de Prata como melhor atriz para Fernanda Montenegro. A obra digna de prêmios traz contextos atemporais e a realidade do analfabetismo no Brasil, deixando atual, toda vez que é assistido, a identidade nacional. 

Valorizar o cinema, sem dúvida, é uma iniciativa positiva e forma novos críticos da mídia. Bom seria que a literatura, a música, produções culturais e os trabalhos científicos fossem vistos com o mesmo apreço como a produção de outro país é admirada na maioria das vezes. Quando se olha, então, para grandes produções como Central do Brasil, Cidade de Deus, Ó, pai, Ó, Verônica, Um doce de Mãe, 2 Filhos de Francisco, Olga, Minha mãe é uma Peça, Bacurau– filmes e séries cujas filmagens exibem as riquezas e pobrezas do país ainda assim há preferência por produtos do exterior. 

Incentivar o brasileiro a consumir filmes nacionais enriquece a arte, o teatro e a sua identidade, pois, em cada cena gravada, há um pouco de cada um que poucos conhecem. E desconstrói o estereótipo de um cinema “vencido” e sem qualidade. Contudo, ao mesmo tempo que se pede a valorização do cinema nacional, a maioria das produções encontra-se em streamings pagos que nem todos têm condições de fazer assinatura ou compartilhar para assistir, fazendo com o que se crie seletividade na audiência.

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