Coronavírus foi feito em laboratório, eu li no WhatsApp
- 16 de junho de 2021
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Imparcialidade é o verdadeiro remédio contra a alienação
Isabela Vitória
Quantas vezes você já abriu o grupo de WhatsApp da família e deu de cara com uma mensagem gigante noticiando algo completamente sem embasamento? Seja a morte de algum famoso, curas naturais ou descobertas malucas. Na verdade, o tema dessas “notícias” tem sido frequentemente, o coronavírus, considerando que essa é a pauta principal de grande parte do mundo no momento.
Trump já disse e Bolsonaro não ficou para trás, a China desenvolveu o vírus da Covid-19 em laboratório e espalhou por todo o mundo. Mas não fique pensando que essa crença ficou presa nos discursos presidenciais ou nas mensagens trocadas pela família, não! Há uma teoria elaborada que trabalha com essa hipótese. Inclusive, ela é considerada como uma teoria da conspiração.
Teoria da conspiração
Esse é o termo usado quando se desenvolve um pensamento para tentar explicar algo que possui origem desconhecida, partindo do pressuposto de que essa origem faz parte de um plano conspiratório. Mas como a mídia deveria tratar esse tipo de informação?
Na mídia
O programa “Fantástico”, produzido pela Rede Globo, abordou esse tema de uma forma interessante. Numa reportagem especial sobre a origem do coronavírus foram apresentadas as três principais teorias que buscam sanar essa incógnita. Sendo essas:
- O vírus veio de um morcego já com capacidade de contaminar seres humanos, foi coletado por pesquisadores, trazido para laboratório e escapou acidentalmente.
- O vírus veio de um morcego, foi cultivado em laboratório, sofreu mutações se tornando contagioso para seres humanos e escapou acidentalmente.
- O vírus surgiu de um morcego, foi INTENCIONALMENTE manipulado em laboratório para infectar também seres humanos e escapou acidentalmente.
O repórter Álvaro Pereira Júnior deixa muito claro que a reportagem não é sobre teorias conspiratórias, e justifica “essa é uma reportagem sobre ciência, até porque as teorias conspiratórias acabaram afastando da discussão, cientistas que não queriam ser confundidos com essa desinformação toda”.
Porém, em momento algum colocou qualquer uma das hipóteses em vantagem ou desvantagem. Além disso, o programa tratou todas as teorias com seriedade, analisando e explicando detalhadamente cada uma delas, dando ao público a compreensão de que todas as ideias são de fato possíveis de terem acontecido.
Imparcialidade
Essa imparcialidade foi muito importante, até porque todas as hipóteses não passam de meras teorias, sejam elas conspiratórias ou não. Quando o veículo de comunicação escolhe mostrar diversas perspectivas da mesma situação, ele possibilita que o telespectador desenvolva o senso crítico. Nesse caso, o telespectador teve a chance de examinar as ideias e, baseado em suas crenças e conhecimentos, determinar uma teoria que mais faz sentido para si.
Quando isso não acontece, o portal de notícias faz do telespectador um refém de suas opiniões. Impedindo um crescimento crítico e intelectual do público.