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“Cobertura completa, por favor”
Como os veículos de mídia abordaram a cobertura da morte do pontífice?
Sua Santidade, Santo Papa, papa Francisco, pontífice ou somente papa – esses foram os jeitos e nomes dados para Jorge Mario Bergoglio, figura venerada pelos adeptos do catolicismo e respeitada pelos que o conheciam apenas como mais uma figura religiosa. Sua morte foi apresentada, trabalhada e “apenas” noticiada pela mídia de formas diversas. Neste texto, iremos analisar como alguns desses veículos de mídia em sua cobertura jornalística enalteceram Francisco, o colocaram como apenas mais um ou se mantiveram neutros.
Quantidade ou qualidade?
Para a análise, foram escolhidos 3 jornais de origem brasileira com influência nacional e até mesmo internacional. Apesar de serem do mesmo país, cada um apresenta características diferentes em estrutura, fama nas redes sociais, carreira e história. São eles: O Globo, Folha de São Paulo e Estadão.
Com certeza você já ouviu a frase “qualidade é melhor que quantidade”, e de fato na maioria das vezes é mesmo. Mas, nesse caso específico, mais do que a qualidade das matérias e reportagens, foi necessário observar a quantidade de conteúdos publicados, a origem das informações e as diferenças editoriais.
O Globo
O jornal O Globo escolheu dar destaque a momentos marcantes da trajetória do Papa Francisco, enfatizando sua influência como latino-americano na Igreja Católica e suas contribuições sociais. Um exemplo é a matéria de título Legado do papa: Latino-americano, Francisco sonhou uma Igreja que fala para o mundo.
O canal também se mostrou saudoso em títulos como “Papa Francisco: relembre frases marcantes do Pontífice”. A cobertura também incluiu análises sobre o impacto de sua liderança e reflexões sobre o futuro do papado. A abordagem foi pontual, com foco na relevância histórica do pontífice.
Folha de São Paulo
O Folha ofereceu uma cobertura mais detalhada, abordando aspectos da saúde do Papa em matérias como Problemas de saúde prévios podem ter acelerado morte do papa, dizem geriatras. Além disso, também abordaram os desdobramentos de sua morte para a igreja católica, com textos como “Entenda, dia a dia, os próximos passos da Igreja com a morte do papa”.
A matéria de título Cristãos de Gaza estão ‘de coração partido’ com morte do papa mostra que o jornal também explorou as reações mundiais, além da comunidade católica, evidenciando o impacto global do falecimento.
Estadão
O Estadão focou na análise política e institucional da morte do Papa Francisco, discutindo as implicações para o Vaticano e a Igreja Católica com matérias do tipo A morte de Francisco: o futuro da Igreja entre a fé e a política – Estadão.
O jornal também abordou, assim como os outros, o processo de escolha do novo papa e as possíveis mudanças na direção da Igreja. Além disso, colocou em destaque o lado diplomático do papa. Matérias como Papa Francisco foi alvo da direta e da esquerda e negociou acordos históricos na América Latina e Papa Francisco criticou cultura machista apresentaram o lado diplomata do pontífice.
Cobertura final
A cobertura dos veículos brasileiros foi, em geral, equilibrada e informativa, sendo que os veículos souberam pontuar “todos os lados” do papa. Respeitaram a relevância de sua morte e apresentaram diferentes perspectivas sobre o impacto nacional e mundial. Cada veículo trouxe seu enfoque característico, o que tornou a cobertura ainda mais completa e relevante.
Talvez, o único erro da mídia foi ser “perfeita demais” ao tratar a morte como um evento. Neste caso, como um tapete vermelho, cheio de fotógrafos e jornalistas, à espera do próximo convidado de gala.
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