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CINEMA BRASILEIRO NÃO É PAUTA

  • 12 de maio de 2021
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Jenifer Costa

Quem gosta de cinema brasileiro nem é gente, é cult. Gostar das produções nacionais não é comum e, por isso, começamos a chamar esses “gatos pingados” de cults e “diferentões”. Os filmes mais conhecidos e aclamados pelo povo merecem toda glória, mas o problema é que não abrem espaço para outros nas rodas de conversa. 

Brasileiro apaixonado por cinema gosta de O Alto da Compadecida, Cidade de Deus, Minha Mãe É Uma Peça e Carandiru. Ao ler os demais textos desta edição, é possível perceber isso. Mas os outros, tão premiados fora do Brasil, estão restritos a uma parcela pequena de pessoas que corre atrás por seus próprios meios. 

Essa premissa nos fez pensar (eu e os autores do Canal da Imprensa) no motivo de as produções brasileiras serem reduzidas ao discurso “é brasileiro, mas é bom”. Existem algumas questões importantes a serem consideradas, e trabalhamos para respondê-las nos artigos. Aqui, acredito que o papel da imprensa, na função do jornalista cultural, pode introduzir nossa reflexão. 

Pensar cultura é pensar social. Quando pensamos nos aspectos culturais que cercam os indivíduos em suas experiências de vida, precisamos considerar que as pessoas são  resultado de sua cultura. Cultura é comportamento, personalidade, culinária, hobbies e outros fragmentos importantes do cotidiano. 

Contudo, todo mundo concorda que o Brasil é um belo mix de várias culturas. Aliás, o sociólogo Denys Cuche já disse que quase todos os países que são grandes potências mundiais são uma mistura de vários povos, dialetos ou culturas. Até por isso acabam se tornando casa de muita gente e palco de muitos sucessos. O Brasil é mais um deles, mas nessa situação gostamos de pensar que somos únicos. 

Em nosso caso, fomos muito influenciados pelos portugueses na linguagem, alimentação e construções prediais graças ao processo de colonização a que fomos submetidos. Quando se trata de arte, falando especificamente de filmes, programas de TV e séries, estamos nas mãos dos americanos. Tanto na TV aberta, quanto no cinema privado, quase tudo o que assistimos foi pensado e criado por um estadunidense. Ou seja, os programas que você cresceu assistindo na televisão da sua casa são adaptações de ideias eternizadas nos Estados Unidos. 

Em 1944, os filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer criaram o termo indústria cultural para definir essa tendência mercadológica que cerca as produções audiovisuais pelo mundo. Para adiantar a conversa, o que eles estão dizendo é que basicamente grande parte do que consumimos todos os dias no eixo cultural do Brasil faz parte de um movimento artístico que prioriza o lucro. 

Qual o problema nisso? Bem, o principal problema é que a cultura popular e a cultura erudita se tornam cada vez mais restritas. O Jornalismo Cultural sobrevive dessa divisão e vende suas pautas para pessoas cultas e pessoas “normais”. Quem consome Marvel e DC, por exemplo, é normal e alimenta a indústria cultural. Não há um grande problema nisso, mas para quem sobrevive de outras culturas, precisa lidar com a falta de público, em comparação com as plateias dos blockbusters. 

Outro ponto é que as produções brasileiras, normalmente, estão no eixo cultura popular e, em algumas situações, cultura erudita. Assim, precisamos entender que o cinema brasileiro realmente não é para todos. Nem todo mundo aprecia e entende os detalhes, as histórias e as críticas sociais ao governo e à economia brasileira intrínsecas às tramas. Infelizmente, isso também é resultado da nossa construção cultural. 

Como jornalistas, o que podemos fazer é consumir arte brasileira e dar o espaço devido ao cinema nacional em nossas pautas. Também precisamos considerar olhares diversos e criticar com respeito nossos conterrâneos. Foi isso que tentamos fazer nesta edição do Canal da Imprensa e convidamos você a descobrir porquê o cinema brasileiro é tão belo, quanto desafiador. 

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