Andreia Moura: o enriquecimento cultural
- 2 de outubro de 2020
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Ninguém sabe melhor do que a Andreia como o canal refina a capacidade crítica
Adalie Pritchard
A contribuição de Andreia Moura para o Canal da Imprensa é inestimável. O canal e Andreia tiveram um tipo de relação “simbiótica”, assim como as abelhas precisam de pólen das flores. Dessa forma, foi um período de crescimento para ambas as partes em sua gestão como editora-chefe.
Andreia Moura é Doutoranda em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP. Mestre em Divulgação Científica e Cultural pelo Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo) da Unicamp (2015). É especialista em Docência Universitária: Métodos e Técnicas, pelo Unasp (2012). Possui graduação em Jornalismo pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (2006), e é uma peça importante na história da revista eletrônica.
Sua história com a revista começou em 2004 no seu segundo ano de jornalismo. Depois da sua formatura, foi chamada para ser a “ombudsman” do canal, cumprindo a função de ser a “crítica das críticas”. Nesse período ela lia as edições e escrevia um texto para avaliar as matérias escritas pelos estudantes. Após um longo período, assumiu o cargo de editora-chefe da revista por cerca de 5 anos.
A colaboração de Andreia, com suas matérias e tempo como editora-chefe, agregaram textos ricos, de leitura agradável e interessante. Suas matérias estão cheias de referências culturais e artísticas e com rico vocabulário. Uma mudança que ela fez ao padrão das edições foi deixar as pautas focadas em um tema específico como: xenofobia ou objetificação da mulher, e não simplesmente a abordagem de certos canais sob determinado tema.
Os redatores ficavam mais livres para explorar aspectos importantes que poderiam escapar de ficarem amarrados em um único ponto. Consequentemente, há vários textos que debatem problemas sociais e consideram contextos históricos para entender a cultura atual brasileira e mundial. Um exemplo disso é o texto da própria Andreia Moura sobre a visão dos brasileiros sobre os países vizinhos hispanos titulado: “O mito da hospitalidade versus nojo da latinidade”.
Outro texto que serve como exemplo disso é: “Misoginia e a militância da arte”, escrito por Andreia durante seu tempo como editora-chefe. A matéria está baseado na ideia de que a arte também é mídia, e relata sobre seu impacto sobre nós como sociedade. Ela utiliza a Artemesia, uma pintora barroca italiana, como exemplo da luta contra a misoginia presente na sociedade, e consequentemente na arte.
“A arte de Artemísia, absolutamente ousada, extraordinária para sua época, mais que dedicar-se ao sentimento do ódio e vingança, representa um ‘grito a plenos pulmões’ contra a violência de gênero atemporal e indesculpável. Pela própria experiência ela sabia que um discurso de protesto jamais teria espaço no ‘sistema’,” diz o texto.
Dessa forma, a jornalista passou o novo estilo de pauta para sua estudante e sucessora, Thamires Mattos. O resultado foi a escrita de textos humanos e sensíveis, balanceados e de bom gosto.
Andreia comenta sobre a importância do Canal da Imprensa e enfatiza o benefício para a formação dos alunos que participam da sua produção. Ninguém sabe melhor que Andreia como o canal refina a capacidade crítica, a qual é uma ferramenta essencial que a faculdade de jornalismo procura oferecer aos estudantes. “É uma experiência formadora para ter um senso crítico sobre o que lemos e absorvemos”, declara.