Campo Grande: a terra morena
- 26 de outubro de 2022
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- Theillyson Lima
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Análise regional da Tv Morena do Mato Grosso do Sul.
Bruno Sousa Gomes
A TV Morena foi inaugurada no dia 24 de dezembro de 1965, em Campo Grande. Era um sonho fundar a emissora. Mas em 1963 o empresário Ueze Zahran, tentou de todas as formas fechar parcerias para trazer a torre Morena para a cidade, pois o objetivo era contribuir para o desenvolvimento da população. E foi difícil porque não houve aprovações em partes por alguns prefeitos da região.
Então, Ueze desistiu da ideia de trazer o sinal e decidiu fundar a própria emissora. A primeira transmissão foi na casa de Jorge Elias, um dos irmãos de Zahran, que transmitiu um filme como um projeto teste para ver se a ideia iria para frente. O resultado foi um sucesso. Depois disso, vieram as inaugurações de outras emissoras da região como: TV Centro América, TV Cidade Branca,TV Ponta Porã, a TV Centro América de Rondonópolis e de Sinop e a TV Terra, em Tangará da Serra.
No ano de 1977, após investimentos em tecnologias como satélites, que as lutas com a transmissão terrestre acabaram. Hoje a TV Morena é filiada à Rede Globo, com quase meio século de história é uma das mais modernas do país. A emissora transmite o seu sinal para todo o Mato Grosso do Sul e possui oito programas locais: Bom dia MS, MSTV 1ª Edição, MSTV 2ª Edição, MS Rural e Meu Mato Grosso do Sul.
Análise MSTV 1º Edição
A análise do programa escolhido foi o jornal local da região, que passa no horário do almoço para os mato-grossenses. Entre os dias 17/10 a 21/10, pude acompanhar as transmissões do MSTV 1º Edição. Durante esse período alguns pontos foram levantados, como: linguagem, pautas, interatividade, entre outros. O jornal é apresentado pela jornalista Bruna Mendes, que está há cerca de 10 anos como âncora.
Um fato curioso é que em 2018, o programa queria mudar o formato de apresentação colocando dois apresentadores na bancada, com a entrada do jornalista Alexandre Cabral. Segundo uma matéria do Portal UOL a ideia era trazer um formato popular que iria cobrir crimes e acontecimentos banais. “Além de ser o primeiro telejornal de todas as afiliadas da Globo a não ter um âncora que use terno e gravata, fato que inclusive é ironizado na chamada da nova fase”, afirma o Portal. A ideia não foi muito aceita pelos telespectadores na época, e o jornal foi alvo de críticas nas redes sociais.
Hoje só a Bruna segue como âncora. De acordo com uma pesquisa feita pelo Kantar Ibope Media, a emissora é líder em audiência em todos os horários dos programas e “mais de 100 mil pessoas acompanham de segunda a sábado o telejornal apresentado pela jornalista.”
Pontos da edição
Durante a semana de análise pude perceber que o jornal tem uma linguagem interativa, descontraída e formal. Algo que se comunica com os telespectadores. Por exemplo: no momento dos GCs aparece o nome do site Portal G1 MS, ao lado o QR code. Trazendo uma certa acessibilidade a diversos públicos. Além de que as pessoas possam mandar sugestões de reportagens, como foi pautado segunda-feira as questões de poluição nos rios, terça-feira os buracos nas ruas, saúde pública e vídeos de cãezinhos que estão desaparecidos.
Algo interessante é que no início do telejornal a apresentadora faz um link com o jornalista Aguinaldo Soares, que apresenta o jornal da região de Corumbá, e se inicia minutos depois do MSTV trazendo as principais informações do dia da região.
As pautas apresentadas são bem intercaladas entre locais e nacionais que trazem certa relevância para a população. E a questão cultural é bem pautada. Na quarta-feira Chico Lacerda, musicista conhecido pela atuação cultural em Mato Grosso do Sul, morreu aos 76 anos. O jornal trouxe toda a trajetória dele, reconhecendo a importância que ele tinha para o estado.
Vale ressaltar que, em maio de 2022 o G1 MS, Morena FM e TV Morena venceram o 1º prêmio de Agro Jornalismo do Sindicato Rural de Campo Grande. A TV Morena conquistou o primeiro lugar na categoria “telejornalismo” com a reportagem “Boi ‘orgânico’ ajuda a preservar a biodiversidade do Pantanal; entenda a atividade”, da equipe representada pelo jornalista José Pereira.
O quadro de esporte não fica pra trás. No final de cada edição, Bruna convida o jornalista esportivo Átilla Eugênio para comentar as principais pautas esportivas do dia. Já instigando o telespectador continuar acompanhando a emissora, no programa Globo Esporte.
Ética jornalística
Apesar do telejornal ser referência, em uma reportagem que pautava sobre os casos de dengue que aumentaram na região, devido terem carros abandonados nas ruas, que poderiam estar causando a proliferação da doença, a jornalista Ana Lívia Tavares, foi tentar entrevista com um dos responsáveis dos carros. Mas ele preferiu não prestar depoimento. Mesmo assim, a repórter fingiu estar conversando com ele, enquanto gravava tudo. Que em minha opinião foi errada a atitude dela.
Torre Morena
A torre da TV Morena que tanto Ueze lutou para trazer para a região, hoje tem 35 anos e é um verdadeiro ponto de atração. Foi inspirada na Torre Eiffel, de Paris, e construída aqui no Brasil por uma empresa de Cuiabá, capital do Mato Grosso. A torre da TV Morena é uma das mais altas de Campo Grande. Aliás, pode ser vista e admirada a longas distâncias. Em conscientização a cada mês, cores representam características específicas para falar sobre o cuidado com a saúde. E neste mês em especial, ela está na cor rosa para destacar a importância de se prevenir do câncer de mama.