A voz da periferia
- 14 de setembro de 2022
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- ABJ Notícias
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Theillyson Lima
O jornalista invariavelmente precisa falar de assuntos que não domina, afinal, é impossível conhecer todas as áreas. Essa pode ser uma das explicações para que o jornalismo de periferia seja tão pouco conhecido no Brasil e tão pouco explorado, pois grande parte dos jornalistas e das mídias não convivem no meio das favelas e periferias.
Não precisamos ficar no óbvio de que os jornalistas brasileiros retratam apenas o que acontece de ruim nas periferias, pois existem projetos e agências especializadas neste tipo de cobertura. Entretanto, o alcance dessas produções ainda não é tão grande quanto o das grandes mídias.
Portanto, analisar o que os grandes jornais fazem e as iniciativas de agências como a Mural ou a Agência de Notícias da Favela é interessante para compreender como é possível melhorar nesse tipo de cobertura. Existe mais para ser falado do que é abordado atualmente.
Além de todo o problema de cobertura, ainda há discussões sobre cultura, visto que muitas pessoas acreditam que os produtos provenientes de favelas e periferias são culturalmente mais fracos. No entanto, só porque a cultura de determinado lugar é diferente da que você está acostumado, ela se torna inferior? Por certo que não.
Diante disso, nesta edição do Canal da Imprensa, decidimos analisar o jornalismo de periferia. A ideia é entender alguns dos estereótipos e demonstrar o que é feito de maneira competente nessa área. Existem muitos projetos interessantes que precisam ser mais conhecidos, pois fazem uma cobertura especializada e diferenciada sobre os principais aspectos que envolvem uma periferia.
Portanto, ao ler os artigos desta edição, esperamos que você entenda um pouco mais sobre como o jornalismo tem espaço para crescer na cobertura das periferias e, além disso, que você conheça o que há de positivo nesta realidade.