Instagram: figura de interação e informação
- 18 de maio de 2022
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A rede social deixou de ser vista apenas como diversão e deu espaço para a noticiabilidade
Franciele Borges
A informação tem conquistado mais espaço nos meios em que a distração tem domínio. Aplicativos criados para entretenimento, publicações de fotos, interação com pessoas no mundo todo oferecem notícias para a pessoa que está com o tempo ocioso. O Instagram é o exemplo perfeito para isso. A rede social contém mais de 1 bilhão de usuários e o aumento de contas criadas faz com que o aplicativo ofereça mais ferramentas para otimizar a interação virtual.
Quem se beneficia com isso são os canais de notícias que acompanham o ritmo constante de pessoas migrando da TV e rádio para a internet. Dos portais conhecidos aos mais anônimos, todos trabalham para que a divulgação das notícias do dia alcance usuários que facilmente não buscam por informação, embora esse não seja o público específico, porque existem os apreciadores das notícias.
Para entender melhor o assunto, o perfil da CNN Brasil no Instagram foi analisado. Com mais de três milhões de seguidores, o portal de uma das maiores emissoras do mundo aposta na diversidade das informações no feed e stories.
Cada editoria é identificada pelo nome (“política”, “economia”, “internacional”, etc). Dependendo da imagem ilustrativa do assunto, o local com o nome da editoria muda de cor. Nos stories, são postadas em média 15 notícias e reportagens contendo link para acesso ao texto completo por dia. A quantidade de stories foi avaliada em um fim de semana, ou seja, durante a semana as publicações são maiores, chegando a 20. Conteúdos relevantes e históricos são guardados em destaques.
O que poderia mudar
Do dia 28 de abril até o dia 15 de maio, não foram apresentadas interações com jornalistas, chamada para alguma programação ou live. Em geral, não trabalham com vídeos, e sim com imagens e o link para o texto. Uma hipótese para o uso desse estilo é a possível diferenciação da CNN em relação a outros portais de notícias (como G1 e BBC Brasil) que optam por vídeos. No entanto, a plataforma seria melhor usada se algumas de suas outras ferramentas fossem empregadas, como enquetes, caixas para o seguidor responder alguma pesquisa etc.
Também foi observado o perfil do G1, que desde o semestre passado prefere as artes de suas publicações mais claras, quebrando o tom vermelho que representava o portal. Diariamente, tanto a BBC Brasil quanto o G1 fazem, em média, cinco postagens diárias no feed e de treze a quinze nos stories.
Independentemente da ideologia política e social que os perfis têm, é nítida a preocupação por informar com clareza e objetividade os internautas. Texto, imagens e vídeos mantêm a sintonia da informação. Ambos, embora com a logo de mesma cor, são fáceis de serem diferenciados.
Pode-se dizer que o jornalismo se faz presente em quase todas as situações do cotidiano. Afinal, ele é a comunicação, e comunicar-se faz parte de todos os meios. Introduzir o jornalismo em redes sociais – especificamente o Instagram, que, inicialmente, servia para interação social por meio de imagens – aumenta a força do trabalho do comunicador, abrindo espaço para informar, ensinar e interagir. Hoje não é mais necessário esperar o jornal das 20 horas para saber as notícias; nem é preciso sair do Instagram. A invasão do Talibã no Afeganistão e a Guerra entre Rússia e Ucrânia repercutiram na rede e foram alguns dos assuntos mais comentados e compartilhados, mostrando, em resumos, os fatos mais marcantes no aplicativo.