Entre breakdowns, vida pessoal e o interesse público
- 6 de abril de 2022
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Theillyson Lima
Quais são as fronteiras entre público e privado? Como o jornalismo deve respeitar essas diferenças? Essas são duas perguntas que fazem parte do cotidiano jornalístico há muito tempo. A busca por assuntos de interesse público traz uma confusão sobre o que deve ser abordado.
A linha divisória fica ainda mais difícil de ser “enxergada” pelo jornalismo quando falamos de famosos. A vida deles interessa a uma grande parte da população, que gosta de acompanhar o que seus atores, cantores e artistas fazem fora dos palcos. Entretanto, nem tudo que esses personagens fazem deve ser analisado.
Casos conhecidos, como o de Caetano Veloso estacionando seu carro em uma rua do Rio de Janeiro, deixam a mídia exposta como fútil. Existem diversos exemplos de notícias que abordam momentos completamente irrelevantes dos artistas, deixando claro que tais “acontecimentos”, não deveriam ser analisados pela mídia.
Quando falamos dos momentos pessoais e das dificuldades dos artistas, as opiniões ficam novamente divididas. Uma crise no uso de drogas ou bebidas deve ser acompanhada para alertar sobre o risco ou deve-se respeitar a privacidade de cada indivíduo.
Além da simples discussão sobre abordar ou não o tema, é preciso saber de que modo abordá-lo. Há maneiras de fazer uma cobertura humanizada, como também há formas de explorar até a última gota de suor dos famosos. É nessa intersecção que os jornalistas precisam de mais seriedade e cuidado.
Nesta edição do Canal da Imprensa, resolvemos analisar a atuação da mídia em casos de breakdowns de famosos. Escolhemos alguns casos relevantes no Brasil e outros internacionais para entender de que modo o jornalismo e a mídia abordam estes momentos de fragilidade destes personagens.
Diversos casos abordados demonstram que os artistas sofreram com a perseguição midiática, entretanto, outros aproveitaram esta exposição para buscar ajuda. Como não somos capazes de controlar a reação dos personagens, precisamos ter cuidado nas abordagens e palavras utilizadas. Afinal, um pouco de empatia não prejudica o jornalismo de qualidade.