“Phineas e Ferb” e a imaginação aflorada dos fãs
- 7 de outubro de 2021
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Na procura de um significado maior, uma teoria sobre a animação faz sucesso na internet
Isabela Vitória
Sabe quando você assiste um desenho para matar a saudade da infância e “BOOM”, nada mais parece igual? É… acho que isso significa que você cresceu! Muitos desenhos que assistimos quando criança, têm significados bem maiores do que podíamos imaginar na época. Depois de uma certa idade, com mais experiência, assisti-los é como enxergar uma história completamente madura, enfeitada com cores e músicas agitadas.
Por isso, a internet está lotada de teorias e significados para todo tipo de desenho. Mas será que são tantos assim os que possuem uma aplicação subentendida? Confesso que algumas vezes parecem ser apenas suposições criadas por fãs para dar mais significado às suas animações preferidas, e são mesmo! É o caso do conhecido desenho da Disney “Phineas e Ferb”.
Uma pesquisa rápida no Google contendo as palavras “O verdadeiro significado de Phineas e Ferb”, pode assustar. Há uma teoria (diga-se de passagem, uma teoria muito grande) de que a série baseia-se no diário de Candace Flynn, uma jovem esquizofrênica, filha de pais divorciados e irmã de dois meninos. Phineas, hiperativo, e Ferb, nascido com um retardo mental, que afeta diretamente sua capacidade de fala.
Parece ruim? Espera um pouco que a situação piora. A teoria conta que Candace morava com sua mãe, e não recebia toda a atenção que uma criança precisa. Quando os dois irmãos nasceram isso se intensificou, afetando seu desenvolvimento psicológico. Candace via Phineas e Ferb construindo as coisas mais mirabolantes que se possa pensar, mas sua mãe nunca acreditava no que dizia. Preocupada com a saúde da filha, decidiu levá-la a um especialista (psiquiatra Heinz Doofenshmirtz) que receitou calmantes tão fortes que apenas pioraram os delírios da menina.
A partir de então, em uma tentativa de ser ouvida, ela começou a escrever em seu diário todas as aventuras que via seus irmãos construindo. Em 2007, cansada de tudo, Candace cometeu suicídio por overdose, com apenas 14 anos de idade. No mesmo ano, Linda Flynn, sua mãe, vendeu o diário da menina para um produtor da Disney que em 2008 lançou a animação nas telinhas infantis.
Não posso negar que por alguns minutos acreditei nessa teoria maluca, Candace realmente tem traços que podem se assemelhar com esquizofrenia, Phineas e Ferb são crianças completamente superdotadas… mas dessa vez a fanfic foi longe demais. Com uma pesquisa mais aprofundada se descobre que não existe nenhuma comprovação ou depoimento que possa fundamentar essa hipótese.
Se você acreditou nessa fake news, sinto muito. Infelizmente nem tudo que se lê na internet é verdade, mas nada que uma boa busca não solucione suas dúvidas! Por vezes as coisas são apenas o que parecem. “Phineas e Ferb”, por exemplo, continua sendo apenas mais uma animação infantil para entreter a criançada nas tardes de folga.
Assistir um desenho da infância depois de “grande” sempre parece diferente. Nesse que comentamos, é fácil enxergar algumas coisas que passavam despercebidas. Linda e Lawrence (os pais) são realmente negligentes, dando pouca atenção para os surtos de Candace e para as aventuras dos pequenos. Talvez hoje eu até entenda um pouco mais a Candace… dá pra ver nela a adolescência escrita, mas como eu veria isso com dez anos? Porém, fato é, não existe nada de bizarro nessa história, apenas um pouco de ficção em excesso.