O retorno do grande astro do pop já está com data marcada

Esther Fernandes 

A morte é um tema delicado e que causa impacto a grande parte das pessoas. Quando se trata do falecimento de uma figura pública, a questão fica ainda mais curiosa por acrescentar o item fama. Durante a edição passada conversamos sobre esse assunto e como ele repercute na mídia, nesta análise a discussão é sobre as ferramentas da “desmorte”. 

A teoria de que o cantor americano Michael Jackson ainda está vivo voltou à tona na internet mês passado. A sensitiva Lene postou um vídeo em sua conta de Instagram alegando que o cantor ainda está vivo e fará um retorno triunfal entre 2021 e 2022. Com a data da volta tão próxima, os fãs do astro não perderam tempo em movimentar as redes e mergulhar de vez na conspiração. 

De fato, vivo ou não, Michael Jackson fez história e seu legado irá perdurar por muito tempo. Desde sua morte, em 2009, o cantor já faturou 11 bilhões de reais. A ascensão da fortuna se deve ao relançamento de discos, presença eterna das músicas em rádios e na internet, além dos direitos autorais. Mesmo com todo o legado vivíssimo do astro, por que a teoria de que sua morte foi fraudada ainda é tão ativa?

Vamos relembrar que outra “não morte” a qual ganhou inúmeras teorias conspiratórias foi a do Rei do Rock Elvis Presley. Oficialmente, o cantor faleceu no dia 16 de agosto de 1977, porém, supostas aparições alimentaram na época, uma onda de questionamentos acerca da veracidade de sua morte. Uma das mais reproduzidas, diz que o cantor foi visto assistindo à posse do Presidente Barack Obama, em 2009, na Argentina. Elvis estaria com 74 anos de idade.  

Até mesmo o astro do pop, Michael Jackson, era adepto das teorias da conspiração. Em 2005, após seu segundo julgamento por pedofilia, o cantor recebeu a visita de seu amigo Dick Gregory. Segundo Gregory, Michael estava sem comer e beber há dias, alegando que uma suposta sociedade secreta de pessoas influentes na economia, governo e mídia, os Illuminati, estavam tentando envenená-lo. 

Fábulas da atualidade

Nos primórdios da humanidade, os mitos e lendas eram as maneiras com que as pessoas compreendiam fenômenos até então, sem explicação. Você conhece a história de Thor, o deus do trovão?  A palavra “trovão” — “torden” em norueguês — quer dizer exatamente “o ruído de Tor”.  Antes do cristianismo chegar à Noruega, os habitantes acreditavam que as chuvas vinham através do agitamento do martelo do deus do trovão.

Apesar de atualmente sabermos cientificamente de onde vem a chuva, ainda temos a necessidade de explicar ou até atribuir respostas a coisas que não entendemos por meio de histórias mirabolantes. As teorias da conspiração, nesse caso, nada mais são do que mitos da contemporaneidade.  

Crer que uma pessoa amada se foi para sempre é um duro golpe. Não é atoa que as fases do luto passam pelo momento da “negação” e “aceitação”. As teorias da conspiração perpassam a fase da aceitação e se estabelecem na negação. Acreditar, mesmo que sem evidências suficientes, que alguém foi capaz de enganar a morte é uma migalha de alívio e esperança. 

Talvez Michael Jackson esteja realmente vivo, e retorne ano que vem. Talvez sua morte não tenha sido um acidente e sim um assassinato. O que se sabe realmente, é que seu patrimônio cultural não irá morrer de fato tão cedo.