Crise hídrica, o sinal vermelho no Brasil
- 20 de outubro de 2021
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Falta de água e despreparo do governo afetam outros setores, como a energia elétrica.
Franciele Borges
Não é a primeira vez que o Brasil está enfrentando uma crise hídrica, mas a atual, em pleno 2021, pode ser considerada a que mais tem afetado e prejudicado a economia do país. Essa questão recai sobre o governo Bolsonaro que aparentemente tem feito pouco caso no fator que impacta todos os setores de produção.
Falta a chuva e os reservatórios das usinas hidrelétricas, com atenção especial nas regiões sudeste e centro oeste, estão com a capacidade reduzida. Consequentemente, o abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica são afetados em todo o país.
A questão é explicada através da energia elétrica, o principal setor afetado. Com os reservatórios vazios, as usinas termelétricas são movidas a carvão. Questão que tem feito o Brasil pedir emprestado a energia dos países vizinhos Argentina e Uruguai. O resultado é claramente mais custos na produção de energia.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o aumento de cobrança de R$ 6,24 para 9,49 a cada 100 kWh consumidos. Uma alta de 52%. A justificativa: crise hídrica, porque a geração de energia no Brasil é feita por usinas hidrelétricas.
O secretário Executivo do Observatório de Águas, Ângelo José Rodrigues Lima, atribui o aumento à crise de governança. “Temos casos em que os recursos da cobrança pelo uso da água, que deveriam ser utilizados para implementar programas e projetos, foram desviados para outros fins”, afirma.
Entretanto, a crise também é a agravada pela má infraestrutura do abastecimento, o descontrole no cuidado dos recursos hídricos, fatores ambientais como desmatamento ilegal e o aumento do consumo de água para o setor agrícola e agropecuário.
Fator social e a crise de 2000
Uma questão pouco debatida e que tem uma parcela de culpa é a falta de educação para o uso racional da água e redução de desperdício pela população. A facilidade de atribuir a responsabilidade ao governo é comum quando não se detém a conscientização social. Ou seja, tanto o de cima que diz que não há crise quanto os de baixo necessitam urgentemente se preocupar com a crise atual que desfavorece a economia.
No ano 2000, o governo precisou recorrer a blecautes programados para que fosse evitado um colapso no sistema elétrico. Já entre 2014 e 2016, o país foi afetado drasticamente também. Na época, dados divulgados pelo IBGE, apontaram que a inflação daquele ano foi causada pelo aumento da energia e combustíveis.
Os recursos hídricos são usados em todos os setores. Ou seja, não podem faltar ou o país de alguma forma para. A produção agrícola, a criação de animais, a geração de energia e o copo de água que tomamos, são garantidos por eles. Tanto a conscientização do governo e liberação para avanços científicos e tecnológicos são essenciais para que tal situação não se agrave.