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Veja fala a verdade?

  • 30 de setembro de 2019
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  • Thamires Mattos
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Ao tratar de problemas específicos na Amazônia, o foco da revista sempre se volta para o governo, e a floresta se torna massa de manobra para disseminar ideias que desfavoreçam a política

Djuliane Rodrigues

“A imprensa que constrói uma democracia é a mesma que fala o que quer, dá opinião que quer e se manifesta do jeito que bem entende”. Essa frase atribuída à ex-presidente Dilma Rousseff encapsula bem o que é a Revista Veja. Já não é mais novidade que este periódico perdeu a credibilidade ao apresentar em suas matérias viés ideológicos e entrevistas que nunca existiram. O jornalista Fábio Jammal Makhoul elaborou sua dissertação de mestrado analisando a revista durante o primeiro mandato do governo Lula (2003-2006). Os dados são alarmantes. “40,6% da cobertura de Veja sobre o primeiro governo petista noticiou os escândalos do Planalto, e, consequentemente, Lula e o PT de forma negativa. O governo ocupou 54 capas de Veja, das 206 publicadas no período, destas 32 tratavam de escândalos, segundo classificação da própria Veja, ou seja, 59,3% do total”. Embora isso não queira dizer que o governo Lula seja inocente, e, muito menos, não passível de investigações divulgadas pela mídia, a Veja faz com que muitos questionamentos sejam colocados em xeque devido à sua ética questionável. E, ao tratar de problemas específicos na Amazônia, o foco sempre se volta para o governo, e a floresta se torna massa de manobra para disseminar ideias que desfavoreçam a política.

Quando vídeos de queimadas foram divulgados na internet, a Floresta Amazônica – que está, majoritariamente, em território brasileiro –atraiu os meios de comunicação do Brasil e do mundo. Formadores de opinião, jornais e pessoas de interesse logo voltaram suas atenções para esse fato, que, infelizmente, não é inédito. A revista Veja não foi diferente. Se, por um lado, expôs dados preocupantes, por outro, se aproveitou da situação para manifestar sua aversão ao atual presidente, Jair Bolsonaro. Desde 2017, a revista abordou o tema da exploração na Amazônia com falta de clareza e coesão, mostrando em suas capas o sarcasmo e a difamação de figuras políticas. Em alguns casos, Veja se posicionou de maneira subjetiva. Não importa o partido que esteja no poder, a revista sempre irá manifestar críticas sem muitas vezes levantar dados e fontes confiáveis. A gravidade disso é explícita tendo em vista que órgãos públicos como o Ministério do Meio Ambiente, assim como frentes de apoio à causa amazônica, sempre intercederam e mostraram dados coerentes.

A repercussão mundial das queimadas, assim mostrada pela Veja na publicação intitulada “Queimadas na Amazônia ganham repercussão mundial”, revela que o jornal francês Le Monde destacou o ocorrido como um “verdadeiro desastre”. Já o americano The New York Times publicou um artigo de opinião comentando que a pressão econômica externa poderia ajudar a freiar não apenas as queimadas como também o desmatamento. Em suma, a repercussão criou um clamor em prol da Floresta Amazônica. Assim como o “gigante acordava” em meados de 2013 por questões relevantes na época, hoje, esse gigante dá lugar a outro ainda maior, reunindo dezenas de países com ou sem interesse econômico aparente. A Veja, por sua vez, declarou que o chefe de Estado não aceitou ajuda exterior para combater as queimadas e o desmatamento na Amazônia, mas “esqueceu” de mencionar a contribuição de 10 milhões de libras do Reino Unido. Além disso, o presidente enviou as forças armadas para combater as chamas. Veículos de comunicação como O Globo e UOL divulgaram a ação positiva do governo. No entanto, Veja, sempre oposicionista, desconsiderou o ocorrido, e publicou somente a matéria na qual ele se recusava receber ajuda de países europeus. Aqui, denota-se que o objetivo da revista nunca foi ajudar a preservar a Amazônia. Aparentemente, sua função é deformar fatos.

Mesmo com a diminuição gradativa de assinantes, perda de credibilidade nos últimos anos, e queda de um milhão de exemplares vendidos por dia para trezentos mil, a Veja não se propõe a mudar o paradigma do jogo, mostrando suas matérias e publicações com dados e bases de fontes duvidosas, e, ainda assim, nunca se retrata com seu público. Protagonista de escândalos, a revista tropeça em quebra de decoro com o jornalismo frequentemente. O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação. Sendo assim, há abundante falta de profissionalismo e ética na Veja.

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