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Uma dose de sensacionalismo

  • 5 de abril de 2016
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  • Thamires Mattos
  • Posted in Debate
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Profissionais da comunicação sofrem influência da linha editorial empresarial e da indústria farmacêutica

Daniela Fernandes

Médicos e profissionais de saúde não são preparados para conversar com jornalistas. E, da mesma forma, jornalistas não são preparados para reportar as temáticas relacionadas ao universo em questão quando tratadas por estes profissioanis. Essa problemática já foi até tema de livro. Roxana Tabakman escreveu A saúde na mídia – Medicina para jornalistas, jornalismo para médicos, na tentativa de encontrar meios que facilitem o diálogo entre os setores.

O assunto em voga nos ultimos meses foi Zika vírus. A pandemia da vez, assim como a Gripe Aviária (2005), a Gripe Suína (2009) e o Ebola (2014),virou manchete nas grandes mídias. Números alarmantes são veiculados, porém, a maioria desses casos quantificados se refere a supostas pessoas infectadas que, mais tarde, são devidamente comprovadas como sadias. Assim, essa realidade de falsas projeções estampadas nos jornais e revistas de todo o país dá um tom de superestimação das doenças causadas pelo vírus. O que gera pânico e sensação de urgência sanitária.

Das doenças ligadas ao Zika vírus, a que mais ganhou destaque midiático foi a microcefalia. O problema é uma má formação congênita resultando em um desenvolvimento inaquedado do cérebro. Dessa forma, as gestantes são as vítimas indiretas da enfermidade, fator determinante na preocupação e comoção nacional. Com um cenário desses, fica fácil para a mídia sensacionalizar o assunto.

Por conseguinte, os meios de comunicação aproveitam as fontes em potencial e realizam sua cobertura. Os casos de microcefalia, no entanto, são noticiados de maneiras distintas entre os estados. Em alguns, é exposto todos os casos da doença. Já em estados, como São Paulo, apresentam-se apenas casos que tenham possível relação com o Zika. Sendo assim, a incompatibilidade de coberturas é uma aberração jornalística, que prejudica a credibilidade da informação e constitui um desserviço à sociedade.

A partir disso, fica a dúvida com relação aos números. De onde os jornalistas os obtêm? Simples, os profissionais da comunicação utilizam-se de estatísticas encontradas em revistas científicas. Entretanto,se embasam em estudos que ainda estão em fase de desenvolvimento, ou seja, não há nada comprovado. Apesar disto, os dados são veiculados como verdades absolutas, o que constitui distorção da realidade.

Segundo Tabakman, “o boom informativo sobre saúde pode ter efeitos contraproducentes se à ele não forem incorporadas doses crescentes de qualidade”. Eis, então, a necessidade e responsabilidade dos jornalistas em apurarem corretamente os fatos.

Todavia, motivados pela linha editorial e influenciados pela indústria farmacêutica, as empresas de comunicação fazem uma cobertura alarmista das enfermidades causadas pelo Zika vírus e, assim, dificultam a atuação dos profissionais de saúde, obrigados (em decorrência do comportamento midiático) a conter o pânico da população dentro dos hospitais.

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