As Trigêmeas: história dentro de história
- 25 de novembro de 2019
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- Thamires Mattos
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As irmãs vivem unidas e fazem tudo juntas, inclusive as travessuras – que não agradam sua supervisora, a Bruxa Onilda
Thalita Gameleira
“As Trigêmeas” (1997-2003), animação inspirada nos livros da escritora catalã Roser Capdevila, permeou a infância de muitas crianças ao redor do mundo. O desenho infantil narra a história de três irmãs, Ana (de azul), Teresa (de rosa) e Helena (de verde). As irmãs vivem unidas e fazem tudo juntas, inclusive as travessuras – que não agradam sua supervisora, a Bruxa Onilda. Como castigo, ela as envia para dentro de algumas histórias. Nessas histórias, as trigêmeas precisam ajudar os personagens a conseguirem um final feliz a fim de voltarem para casa. Além dos vilões enfrentados, as meninas também devem encontrar soluções para as sabotagens da Bruxa. O sucesso do desenho animado resultou em tradução para 35 idiomas em 158 países, e levou a criação do spin-off “A Bruxa Onilda”, que conta a história da personagem.
“As Trigêmeas” tem uma narração simples, e isso facilita a compreensão do público infantil. No Brasil, o desenho foi transmitido pela TV Futura e TV Globo, além dos canais pagos Cartoon Network, Disney Jr. e Boomerang. Os roteiros sempre começam com as meninas fazendo coisas do dia-a-dia: brincadeiras em casa, na escola, ou na moradia da avó. Bruxa Onilda, que no livro é tia das crianças, sempre as vigia. Como toda criança, as meninas são curiosas e não gostam de ficar entediadas. Nessas brincadeiras, algumas atitudes irritam Onilda, que as manda para dentro de histórias como “punição”.
Os episódios analisados foram “João e Maria”, “Os Três Porquinhos” e “O Patinho Feio”. No decorrer dos episódios, podemos perceber que participações das meninas nas histórias despertam o que há de melhor em suas personalidades. As situações enfrentadas mostram suas qualidades para vencer obstáculos. Todas são inteligentes e otimistas. Outro fator é o relacionamento entre as irmãs: um bom exemplo acontece no episódio de “João e Maria”, em que Helena, por ser apaixonada por doce, cai na armadilha da vilã. Aí, as outras duas irmãs buscam modos de resgatá-la. A relação das três demonstra a importância da união, do diálogo e do respeito mútuo.
No episódio “O Patinho Feio”, elas recebem a punição da Bruxa Onilda por deixarem o cavalo do sítio de sua avó escapar. Ao encontrar com os personagens da história e perceberem o contexto em que estão, as meninas procuram aumentar a autoestima do pequeno pato, que é desprezado pelas crianças e suas mães. No meio da história, dois caçadores capturam todas as crianças da floresta para colocarem em um zoológico. Mas, com a ajuda do Patinho Feio e a determinação das três garotinhas, os caçadores vão embora e deixam a floresta em paz. Assim, elas conseguem ajudar o pato a ser bem visto pela sociedade da floresta. Aprendemos, com isso, que não podemos menosprezar as pessoas por serem diferentes de nós.
Em geral, o desenho apresenta lições para crianças, até porque após as meninas retornarem para a vida real, elas mudam suas atitudes com relação a travessura que as mandou para as histórias. A Bruxa Onilda, apesar de ser a vilã da animação, se arrepende de algumas atitudes que faz, mostrando que tem um bom coração e não é tão mal como pensamos. O roteiro simples e agradável, faz com que os 20 minutos de episódio passem rápido.