Streaming e o desencadeamento no digital
- 24 de abril de 2024
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- Theillyson Lima
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Novas tecnologias permitem que o usuário tenha acesso de forma simples e rápida aos filmes e música, mas será que é tão simples assim?
Diogo Cruz
Antes, assistir televisão era algo quase impossível. Filmes, séries, novelas, documentários – uma lista enorme segue. Mas imagina assistir tudo em um só lugar? Calma! Esse início do texto tá mais para um enfoque publicitário né? mas esse não é o objetivo aqui.
O “ streaming” é basicamente o processo de transmitir e reproduzir conteúdo – como música, vídeos ou jogos – em tempo real pela internet. Ou seja, você pode consumir conteúdo sob demanda sem precisar tê-lo baixado anteriormente no celular, tablet, notebook, entre outros.
Partindo disso um relatório foi feito ele é intitulado “Streaming Wars: Understanding the Competition for Content on the Internet”, Esse relatório analisa a competição intensa entre os serviços de streaming e seu impacto no mercado de entretenimento. O relatório oferece insights sobre várias áreas-chave, incluindo estratégias de conteúdo, modelos de receita e inovações tecnológicas e como essas inovações têm o impacto com a sociedade.
Novos começos e um adeus!
Para entender se esses serviços pioraram nossa forma de consumir entretenimento e informação é preciso conhecer a sua história e voltar lá no passado. Esses serviços de streaming começaram a operar nos Estados Unidos a partir de 2006, mas foi na década de 2010 que essas plataformas se popularizaram e transformaram a maneira como muitas pessoas consomem conteúdo.
Essa mudança foi viabilizada por dois fatores principais. Primeiramente, houve uma queda nos custos de acesso à internet de alta velocidade, permitindo transmissões de qualidade sem interrupções. Além disso, houve uma ampla adoção de dispositivos como smart TVs e smartphones, que facilitaram o acesso a esses serviços.
Música só no digital, NÃO!
O Spotify estreou em 2014 no mercado brasileiro como uma opção de plataforma para streaming de música e podcasts, rivalizando com o Deezer, presente por aqui desde 2013. O serviço chegou ao Brasil de forma lenta e gradual, usando um sistema de convites que tornava o acesso à plataforma restrito.
O único seriado que prova alguns desdobramentos em relação à empresa é o disponível na Netflix , intitulado ““The Playlist” (2022), que retrata como a empresa surgiu e as dificuldades enfrentadas, como convencer as gravadoras a fecharem contrato com o Spotify, já que naquela época a pirataria era um problema e as empresas estavam enfrentando situações difíceis.
Foi então que surgiu a ideia de criar um site que fosse rápido e acessível, e a ideia de criar um streaming de música que fosse rápido e gratuito emergiu. No entanto, como criar um serviço na internet de forma gratuita? Essa foi uma das questões levantadas na época, e um dos problemas que enfrentaram. Foi então que a empresa encontrou a solução ao criar o plano Spotify Premium, no qual os usuários pagavam para criar playlists e ouvir músicas sem anúncios.
Mas, trazendo essa história e observando que desde aquele período existia essa problemática, o que muda para os dias de hoje? Talvez essa questão se refira à “democratização”, que é oferecer música. Antes, bastava comprar um DVD em uma feira ou em uma loja de música, mas o que acontece com a facilidade proporcionada para a geração atual e para aqueles que não estão acostumados com essa forma? O que fazer? Ainda é possível ouvir música e acessá-la de forma democrática, longe desses espaços digitais?
Essa é uma questão que precisa e deve ser discutida! Relacionar fatos como esse só mostra que no futuro não haverá espaço para o bom e velho som de uma rádio de forma simples e viável.
Streaming x demissões em massa
A ascensão do streaming está impactando diretamente o mercado audiovisual, conforme revelado por uma reportagem exclusiva para a Folha de Sao Paulo,
Roteiristas da Rede Globo têm visto seus trabalhos reduzidos e, em alguns casos, não renovados. Essa mudança é um reflexo da crescente demanda por conteúdo nas plataformas de streaming, que estão investindo cada vez mais em produções originais e atraindo talentos da indústria tradicional.
Embora a empresa tenha afirmado que buscará a melhor opção de acordo com o mercado, é evidente que essa transição está remodelando o panorama do entretenimento e afetando diretamente os profissionais envolvidos.
Streaming x IA
Bruna Marquezine é uma atriz brasileira que estreou recentemente em um filme hollywoodiano. Em uma entrevista para o podcast “Quem Pode Pod” Bruna fala sobre não poder divulgar, falar e nem sequer enaltecer o quão bonito e rico de cultura o filme “Bezouro Azul” reflete na cultura latino- americana.
“É triste não poder divulgar esse trabalho tão lindo porque é algo que as pessoas do Brasil e da América Latina iriam se identificar. É um filme alegre e pra cima” relata.
Bruna Marquezine, como outros milhares de atores, foram às ruas e aos tribunais em protesto. Sobre a Inteligência artificial também foi um dos temas debatidos pelos sindicatos dos atores (SAG-AFTRA) e dos roteiristas de Hollywood (WGA), que entraram em greve no ano passado.
A recente preocupação da Netflix mostra como o desenvolvimento acelerado e, principalmente, a falta de regulamentação da tecnologia vem deixando o mercado do entretenimento um pouco reticente.
O streaming piorou?
Sem dúvidas o streaming é uma revolução! Isso trouxe grandes mudanças na forma como a sociedade consome filmes e música. O cerne de toda essa questão é analisar se ainda haverá espaço para as pessoas nesses novos tempos. Os avós, as comunidades que não têm acesso à internet, como ficarão essas questões?
Essas e outras dúvidas são abordadas e feitas à medida que novas tecnologias surgem, ao, mas o importante é usar a favor da educação como forma de educar sobre essas novas tecnologias o Letramento Digital é um bom exemplo. Abordar questões que viabilizem e ajudem as pessoas a terem mais acesso a esses conteúdos e não as distanciem.