Os programas de saúde existem, mas…
- 8 de junho de 2015
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- Thamires Mattos
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Juliana Dorneles
É interessante observar como o ser humano gosta de reclamar. Brasileiro então…reclama quando chove pouco, quando chove muito, quando trabalha demais, quando está difícil de arranjar um emprego, reclama do governo atual e dos passados. Enfim, continua reclamando…Essa sucessão de reclamações se repete também quando o assunto é o sistema de saúde do Brasil. Calma! Antes de qualquer tipo de condenação, responda uma perguntinha. Você conhece as ações e programas que seu país realiza no sistema de saúde?
Cito alguns. Provab, o programa que leva mais médicos para perto da população. Saúde da Família que atua na manutenção da saúde e prevenção de doenças, com objetivo de alterar o modelo de saúde centrado em hospitais. Melhor em Casa, atendimento domiciliar. Controle Tabagismo que é a luta para reduzir a incidência do câncer e outras doenças relacionadas ao cigarro. Controle do Câncer, que como o nome já diz, são alguns programas que contribuem para o controle de diversos tipos de câncer. E claro, os que já são de conhecimento da maioria: Academia da Saúde – conhecida também como Academia ao Ar Livre – Programa Mais Médicos, Farmácia Popular, Pronto Atendimento, Doação de Órgãos e o SAMU.
O cidadão brasileiro tem o direito de usufruir de todos esses recursos e ações, mas muitas vezes não conhece os programas. Deveria buscar, pelo menos, conhecer os serviços que estão à disposição e lhe beneficiaria. Não há como defender ou comparar a saúde pública ou a privada, porém muito se cobra do Sistema Único de Saúde (SUS) tendo como base as notícias da mídia ou opiniões alheias ao sistema. Um estudo realizado pela Physis, revista de saúde coletiva, aponta que “61,7% dos usuários do SUS no Estado de São Paulo classificam-no como ótimo ou bom, ou seja, a maior parte dos usuários mostrou-se satisfeita com os serviços de saúde”.
E a saúde privada? Bom, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) “a penetração dos Planos de Saúde no Brasil cresceu aproximadamente 50% desde o ano de 2001”. Isso pode ter ocorrido em decorrência das taxas crescentes do poder aquisitivo no Brasil, impulsionadas pelo aumento dos empregos formais e profissionais liberais. Independente do motivo, o relevante é saber que a procura por este recurso está em processo de ascensão.
Uma iniciativa positiva dos planos de saúde é oferecer descontos e prêmios para quem perde peso, com o foco de prevenir a obesidade e as doenças associadas a ela. O projeto foi realizado devido aos dados negativos da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), os quais apontam que o sobrepeso atinge até 67% dos usuários de planos. Esse é um dos, aproximadamente, 1300 programas de incentivo à saúde e prevenção de doenças. Os projetos alcançam 1,6 milhão de beneficiários.
Claro, nem tudo é perfeito assim. Está evidente que o sistema de saúde no Brasil é falho e ainda tem muito a melhorar. Não se pode fantasiar ou mascarar a realidade. O sistema de saúde depende diretamente da estabilidade do país. Sendo assim, como ele estaria funcionando em sua plenitude, em meio a uma crise política, um baixo crescimento econômico e uma má administração do dinheiro público? Esse é o contexto atual dos brasileiros e ele atinge diretamente as prestações de serviços. Assim, pode-se entender que os programas de saúde pública e privada existem, contudo são mal implementados ou nem mesmo colocados em prática.