O GLOBO – A religião do Globo
- 5 de setembro de 2015
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- Thamires Mattos
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Aline Oliveira
Todo indivíduo possui opiniões formadas a respeito de determinados assuntos. Cada um possui uma crença. E com a religião não é diferente. Uma infinidade de crenças religiosas está presente no globo. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) , em 2010, indica que 64,6% da população brasileira é composta de católicos, 22,2% são evangélicos, 2% são espíritas, 0,3% professam religiões afrodescendentes como umbanda e candomblé e 8% não possuem uma religião. Por conta desses números é possível imaginar o por quê da grande mídia se interessar pelo assunto. A quantia de pessoas devotas é grande.
Atualmente o papel que a mídia desempenha é a de propagar determinadas religiões, fazendo com que o número de fiéis cresça. Infelizmente a abordagem por vezes é utilizada de forma equivocada, anulando a capacidade do sujeito de escolher aquilo que deseja. Não existe a apresentação adequada e proporcional de cada religião. Há a imposição de uma que oferece mais regalias para a indústria midiática. Esse fato pode ser notado no portal de notícia O Globo. Em sua subeditoria “religião”, o número de matérias a respeito da crença católica é bem maior em comparação às demais. A palavra “papa” está presente na maioria dos títulos, seguido por “Igreja Católica” e “Vaticano”.
O veículo acaba se parecendo com revistas de fofocas, ao abordar somente as realizações do papa e sua vida pessoal. Na matéria Médicos aconselham Papa a perder peso, o texto mostra que os profissionais estão preocupados com a saúde do pontífice que não gosta de tirar folgas e gosta pratos de macarrão. A narrativa conta que “a partir de agora, ele deve comer no máximo duas refeições com massa por semana”. Se o jornalismo de verdade se importa principalmente com a fatos de interesse público, o propósito dessa notícia foi essencialmente errado.
As opiniões do papa Francisco também foram pautadas pelo veículo, como Papa diz que Expo Milão ‘obedece cultura do desperdício, Papa: um escandâlo os homens ganharem mais que as mulheres pelo mesmo trabalho, Papa Francisco diz que não vê televisão há 25 anos e não usa a internet e por aí vai. Falar sobre uma determinada religião não é errado. O problema é fazer da vida do líder religioso o centro das informações dadas a população e deixar de lado fatos relevantes sobre a própria religião e outras denominações.
Apesar do O Globo trazer dados desnecessários, o veículo também trata de assuntos de suma importância para a sociedade. Como na matéria Comissão papal que analisa abusos sexuais se reúne para avaliar caso de bispo chileno, no qual Juan Carlos, nomeado bispo da igreja chilena de Osorno, é acusado pela própria congregação de encobrir crimes de pedofilia do padre Fernando Karadima. O vaticano “não encontrou razões objetivas para excluir a designação”. Os abusos sexuais cometidos pelos líderes religiosos vem preocupando não somente o Vaticano, mas também toda a sociedade.
Por mais que a maioria da população do país seja católica e a busca por informações a respeito dessa crença corresponder ao número, não isenta a falta de informações relacionadas a outra denominações. Está na hora dos meios de comunicação pararem de fazer propagandas religiosas e assumirem seu verdadeiro papel: levar informação.