O Astro do Pop que parou as redes
- 11 de outubro de 2023
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- Theillyson Lima
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Uma análise de como a mídia retratou a morte de Michael Jackson.
Lana Bianchessi
O artista conhecido mundialmente como o Rei do Pop, Michael Jackson, faleceu em 2009. Isso você já sabe! Provavelmente viu em algum jornal na época, ou até mesmo no plantão ao vivo da Globo, que chegou a parar a novela que estava sendo transmitida para falar sobre a morte do cantor.
Ouvimos falar sobre ele até nos dias de hoje, com teorias de uma possível morte fake, as suas famosas danças e seu sucesso invicto nas plataformas de música. Nunca esquecido e muito amado, Michael Jackson teve sua morte noticiada e seu velório transmitido mundialmente, digno do seu grande sucesso.
Tudo parou
Prestes a fazer 50 shows no Reino Unido, o cantor foi noticiado como morto pela TMZ (Thirty-mile Zone), um site americano de entretenimento, cinco minutos antes dos principais veículos de notícias. Na época, a TMZ não fazia tanto sucesso como hoje pois estava começando, mas conquistou sua fama também pelo furo de reportagem. As principais redes sociais estavam ainda no berço e tinham menos de cinco anos de criação, porém, foram algumas das principais armas de propagação da notícia.
Comunicar algo pelas redes sociais hoje em dia é normal, nada fora do comum, mas no final dos anos 2000, quando tudo estava surgindo, foi uma grande euforia. A dúvida se o cantor tinha morrido era tamanha que até o Google parou. De tanto os usuários pesquisarem sobre Michael Jackson, o site reconheceu se tratar de um vírus e passou por instabilidades durante horas.
No Facebook foi criada uma comunidade chamada “Michael Jackson RIP”, que teve 28 mil membros após algumas horas de sua morte. Também foi registrada uma enorme quantidade de tweets durante o dia, o que derrubou a rede de microblogs Twitter. Já o site da CNN reportou 20 milhões de page views na primeira hora e outros sites de notícias também passaram por inconstâncias. Na Globo, a transmissão foi interrompida para dar o anúncio da morte do astro por meio de um Plantão.
Durante aquela semana, alguns recordes de audiência foram superados. Segundo o Ibope, com a cobertura completa da morte do artista no Globo Repórter, a Globo alcançou 37 pontos de média na Grande São Paulo durante a noite de sexta-feira, um dia depois da morte do cantor. A marca bateu um recorde de três anos. A Record também bateu metas de audiência com a exibição do documentário Living With Michael Jackson (2003), com 20 pontos.
Para seu velório, foram vendidos mais de 17,5 mil ingressos e sorteados entre os fãs. A cerimônia foi transmitida ao vivo em algumas emissoras de TV, o que resultou também em muitos pontos de audiência. A Globo alcançou 19 pontos, a Record 7 e a Band 2. A RedeTV! exibiu trechos da cerimônia durante o A Tarde é Sua.
Morreu ou não?
Como o acontecimento inesperado, muitas coisas ainda estavam sendo apuradas e investigadas. Inicialmente, a causa de sua morte foi divulgada como uma parada cardíaca, depois foi entendido como intoxicação aguda causada pelo propofol, que foi agravada pela presença de outras drogas em seu corpo, como lorazepam, midazolam e diazepam. Todos são medicamentos que ajudam a pegar no sono.
O seu médico particular, Conrad Murray, era o responsável por aplicar a medicação e após aplicar uma grande quantidade em Michael, demorou cerca de uma hora para contatar o auxílio médico. Com isso, a polícia considerou a morte de Michael Jackson como homicídio. Murray foi julgado e condenado por homicídio culposo e teve sua licença médica revogada.
Depois de alguns anos a família ainda voltava a pedir justiça com novos processos contra a produtora, que era responsável por contratar o médico que fez o acompanhamento durante os ensaios da turnê.
Após isso, as pessoas especularam se o artista ainda estaria vivo e morando em regiões remotas. Algumas reportagens sensacionalistas ainda afirmam isso mesmo após 10 anos, como o caso da Record que teve uma parte do programa Domingo Show totalmente voltado a possíveis teorias que o cantor ainda estaria vivo. E até mesmo em jornais, como o Cidade Alerta, a pauta ainda é discutida, trazendo mais informações sem fatos comprovados.
Mesmo sendo mentira, o assunto ainda é muito procurado e assistido, provocando curiosidade nos espectadores. Tirando a ilusão e esperança dos fãs, nenhuma evidência se mostra verdadeira para sua possível morte fake.
Para sempre o Rei do Pop
Mesmo após 14 anos de seu falecimento, Michael Jackson é um artista escutado por 36.970.051 pessoas por mês no Spotify, o mais premiado na história (785 no total, incluindo 8 Grammys), com o álbum mais vendido do mundo (Thriller, 1983) e com milhões de fãs no planeta. Sua morte chocou e comoveu todas as pessoas que já ouviram falar dele.
A cobertura jornalística de sua morte foi ampla, diversificada e mundial. Todos queriam saber o que tinha acontecido com o ídolo. Homenagens, depoimentos e investigações marcaram o jornalismo que cobriu seu falecimento. Seu legado artístico continua a ser objeto de discussão e celebração na cultura pop. Documentários, tributos e lançamentos de músicas e álbuns ajudam a manter sua presença na mídia e nos nossos corações.