“A maior do mundo” na maior pandemia do século 21
- 7 de maio de 2020
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- Thamires Mattos
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Chegando ao Brasil quase ao mesmo tempo que o novo coronavírus, a CNN busca novas formas de alcançar seu público em meio à crise de covid-19
Hellen Piris
“A maior do mundo”, como a CNN se autoproclama, chegou ao Brasil quase ao mesmo tempo que o novo coronavírus. O canal de televisão americano, agora, em versão brasileira, começou a operar no país a menos de três meses, e, assim como os demais veículos de comunicação, viu a necessidade de se reinventar para superar as dificuldades que o distanciamento social trouxe.
A CNN é reconhecida por ser um veículo que trabalha com pautas quentes, ou seja, notícias de último momento ao vivo. Todas as suas programações são voltadas ao jornalismo hard news, coisa que não se perdeu em meio à pandemia. Fontes que não podem se deslocar até os estúdios da CNN são entrevistadas por videoconferência. Mesmo que o diálogo não seja cara a cara como antes, a interação virtual não compromete a qualidade e clareza da narração.
O corpo de colaboradores que integram a CNN – especialmente apresentadores/as – tem um tom alegre e até brincalhão, porém, sem deixar de lado o profissionalismo no momento de apresentar as notícias. Elogios, comentários carregados de humor e brincadeiras internas já fazem parte do conteúdo jornalístico apresentado. Isso se mostra como algo positivo, já que as informações sobre a pandemia atual propiciam um ambiente tétrico e deprimente. Carregar programas com leveza ajuda a mitigar a situação, mesmo que apenas psicologicamente. Repórteres têm acompanhado de perto a realidade do país em relação à covid-19. Em 26 de abril, por exemplo, uma equipe foi até o Amazonas, estado com maior taxa de mortalidade por conta do novo coronavírus, a fim de registrar a condição precária do sistema de saúde e o colapso do sistema funerário que ocorre devido à quantidade de óbitos.
Já os repórteres que fazem a cobertura jornalística em diferentes locais seguem os protocolos de distanciamento social. O microfone é segurado pela própria fonte durante a entrevista, e mantém-se uma distância considerável. Nos estúdios, a regra também é aplicada. Enquanto os âncoras dirigem as programações, é possível enxergar através da divisão de vidro: membros da produção utilizam máscaras em sua maioria.
Além disso, um novo programa foi acrescentado à grade de programação, e outro foi reestruturado com o intuito de abordar a pandemia de diferentes formas. “O mundo pós-pandemia” conta com entrevistas. Nelas, personalidades discutem o futuro do mundo após a crise do novo coronavírus. Já o “Dossiê CNN” apresenta documentários, que, nos seus primeiros episódios, traz abordagens por diferentes ângulos da luta contra a covid-19.
Ao contrário de outros veículos de comunicação, a CNN também informa o número de pacientes recuperados da Covid-19. Mesmo com a sua recente chegada ao Brasil, o canal não apresentou uma atitude de novato ao entregar informações. No compromisso com sua audiência, estão informações completas.