Ideologias escondidas?
- 30 de outubro de 2019
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- Thamires Mattos
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Poucas horas antes da escrita desse texto, entrei em uma discussão. O tema? Limites da imprensa. Um dos pontos levantados pela outra participante foi: “Não podemos confiar na mídia. Ela vende algo que não é. Suas ideologias não são transparentes”.
Sou obrigada a concordar, já que, ao menos no cenário brasileiro, as linhas editoriais de veículos de comunicação são embaçadas. O medo de desagradar oficialmente ao leitor é grande. Mas, para bom/boa entendedor/a, uma análise de discurso basta.
É claro que nenhum veículo sério de comunicação admitiria ser racista, sexista ou homofóbico. Mas, ao decorrer das análises aqui presentes, é possível perceber que não fazem muito para esconder suas posições. Escolhas de palavras e imagens impactam o leitor e enviesam pensamentos. No entanto, será que é papel da mídia mudar o status quo?
Não sou a pessoa mais qualificada para responder a essa pergunta. Felizmente, conheço a obra de alguém que é capaz de cumprir essa missão: Douglas Kellner, especialista em Estudos Culturais e autor de livros como A Cultura da Mídia.
O rádio, a televisão, o cinema e os outros produtos da indústria cultural fornecem os modelos daquilo que significa ser homem ou mulher, bem-sucedido ou fracassado, poderoso ou impotente. A cultura da mídia também fornece o material com que muitas pessoas constroem o seu senso de classe, de etnia e de raça, de nacionalidade, de sexualidade, de ‘nós’ e ‘eles’. Ajuda a modelar a visão prevalecente de mundo e os valores mais profundos: define o que é considerado bom ou mau, positivo ou negativo, moral ou imoral (KELLNER, 2001, p. 9).
Referência: KELLNER, Douglas. A Cultura da mídia –Estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru: Edusc, 2001.