O GLOBO – Focos e desfoques Globais
- 8 de junho de 2015
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- Thamires Mattos
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Manuela Costa
O Globo tem dado considerável enfoque ao tema da saúde. É possível notar nas matérias certa objetividade, atenção e cuidado. São pesquisas, aparecimento de novas epidemias e informações analíticas e estatísticas. O jornal torna possível uma visão geral sobre o atual quadro de saúde no país e apresenta ações preventivas com relação a determinadas doenças.
É possível observar a variedade de abordagens sobre a temática. Como exemplo, há a relação feita entre políticas e tendências realizadas em outras nações comparadas ou adaptadas a realidade dos brasileiros. A matéria Dieta sem glúten: vale a pena para quem? que foi publicada em 17 de maio desse ano observa um paralelo entre um problema enfrentado nos últimos anos nos Estados Unidos da América (EUA) e no Brasil, a obesidade. Por isso, existe a incansável procura por alimentos que facilitam o emagrecimento por ambas as nações.
O Globo constatou que boa parte da população destes dois países tem recorrido ao consumo do glúten como válvula de escape para o emagrecimento. Mas o que muitos desconhecem é que esse tipo de alimentação pode causar alergias alimentares. Na América Latina, a porcentagem da população afetada está entre 0,46% e 0,63%. E, cada vez mais, o glúten continua ganhando popularidade. Ainda nesta matéria, vê-se que o desdobramento da pesquisa realizada nos EUA é contrastado com a situação que o Brasil tem enfrentado quanto a esta doença.
Outro exemplo de reportagem está vinculado ao consumo exagerado do sal. O Globo abordou o tema no texto intitulado Consumo exagerado de sal pode atrasar início da puberdade, feito no dia 18 do mesmo mês de maio. A pesquisa feita concluiu que ratos que consumiam uma dieta rica em sódio tinham um atraso significativo para atingir a puberdade em comparação com outros roedores que consumiam níveis normais de sal. Esse problema é enfrentado em países ocidentais, os quais podem futuramente apresentar prejuízo na saúde reprodutiva, como apontado pelo jornal.
Apesar desse enfoque dado pelas matérias de saúde através de estudos e pesquisas. Pode-se notar que os temas abordados, ao mesmo tempo que situa o leitor, oferece uma visão rasa e geral do assunto. Não se foca na saúde propriamente dita no Brasil, fato que evidencia a carência de abrangência no desenvolvimento das pautas. Geralmente, na editoria de saúde, o foco está concentrado em investigações científicas, tratamentos, alimentação etc.
Quando o tema é política pública e/ou privada pouco se fala. Matérias direcionadas ao interesse da saúde dos brasileiros são ocasionais e quando apresentadas são superficiais. Ou seja, ao invés de O Globo dar um desdobramento aprofundado com relação a atual situação da saúde no Brasil, a publicação prefere não se dar ao trabalho de se comprometer. Apesar de possuir credibilidade no mercado do jornalismo imprenso, não mais como antes, o jornal isenta-se de algumas abordagens importantes e deixa claro que sua linha editorial não trabalha a serviço do que deveria ser o interesse do cidadão brasileiro.