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Cultura nascida do encontro

  • 16 de agosto de 2017
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  • Thamires Mattos
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Há quem diga que enquanto Roma conquistou a Grécia militarmente, esta a dominou culturalmente. Fato é que, mais que opressão e apagamento, o encontro e interação de dois povos com características culturais tão fortes produziu o novo. Outra cultura, tão forte, capaz de tornar-se base de toda a civilização moderna

Thaís Alencar

Um breve estudo da história da antiguidade é o suficiente para entender como o processo de dominação dos romanos sobre os gregos não foi rápido. Os acontecimentos foram cercados de estratégias políticas e foi necessário um período de tempo até que os romanos pudessem, com segurança afirmar seu poderio sobre os gregos. O objetivo deste texto, dentro da proposta desta edição, é mostrar de que forma se deu a fusão das culturas grega e romana e qual o limite da ressignificação dos elementos culturais gregos por parte dos romanos.

Por admitir o caráter paulatino desta dominação, é mais fácil perceber o fenômeno ocorrido como uma fusão cultural e não uma apropriação necessariamente. Ao longo dos séculos II e I a.C, os romanos chegaram à Península Balcânica, local onde a civilização grega já estava estabelecida. A partir de então, os romanos escravizaram muitos gregos e, dentre estes homens, muito sábios. A eles era dada a tarefa de educar as crianças romanas e através disso, aproveitavam para transmitir valores gregos às crianças. O que acontecia era uma assimilação e consequentemente uma fusão dos princípios. Os pequenos tornavam-se adultos e acabavam por difundir os seus saberes já misturados. Era o início, ainda que tímido, de uma nova cultura. Esta não era mais nem romana e nem grega, mas a greco-romana.

A religião pode ser um forte exemplo de como essa fusão foi interessante. Os deuses do panteão grego passaram a ser associados aos dos romanos. Embora não se possa afirmar que a religião romana é apenas uma cópia da grega por conta dos elementos da religiosidade etrusca absorvida pelos romanos, as semelhanças são incontestáveis. Para comprovar, basta observar parte do nome dos deuses. Zeus, o principal deus do Olimpo grego passou a ser conhecido como Júpiter, nome em latim. Ares, o deus da guerra foi associado a Marte; Afrodite, deusa da beleza e do amor tornou-se Vênus. O impacto da ação destas divindades na sociedade não mudou.

A linguagem é outro elemento interessante a ser analisado neste processo de fusão cultural entre gregos e romanos. Além da mudança dos nomes do panteão grego, o latim começou a ter uma forte influência na sociedade conquistada. Os professores Fábio Fortes e Fernando Adão de Sá Freitas, apresentam em artigo publicado na revista Veredas: Estudos linguísticos, como a interação entre estes dois idiomas foi fundamental para o ensino da gramática em Roma. Segundo eles, foi a partir deste fenômeno que surgiu o que hoje conhecemos como o empréstimo linguístico e além disso, as primeiras obras chamadas de bilingues: fragmentos de textos em latim e grego colocados lado a lado em páginas opostas. As crianças, a partir do estabelecimento da disciplina de gramatica nas escolas do território, passaram a ser educadas nos dois idiomas e quem tinha o domínio do grego e do latim possuía um status na sociedade.

Quando o assunto é arte, não podemos afirmar que a influência dos gregos foi menor sobre o povo de Roma. Os romanos copiaram dos gregos pinturas e esculturas. Através de suas obras de arte, tinham o mesmo objetivo de seus principais influenciadores: retratar a beleza do corpo humano. A fim de conseguir o feito, utilizavam-se do princípio da simetria. Buscavam também contar histórias através de suas esculturas que retratassem sentimentos como o amor e ódio, por exemplo. No entanto, diferentemente dos gregos e por influência dos etruscos, utilizavam sua arte para promover a imagem de alguns líderes políticos importantes. A propaganda dessas personalidades era feita através de esculturas destas que mostravam corpos bem mais bonitos e perfeitos do que o eram em realidade.

Na arquitetura, os romanos eram mestres. Eles demonstravam todo o seu domínio através da construção de pontes, cúpulas e teatros. Obras que valorizavam a geometria e a simetria. O uso das colunas neste tipo de construção, certamente foi herdado dos gregos. Mas, também é possível notar a evolução das artes e da cultura. Há quem diga que enquanto Roma conquistou a Grécia militarmente, esta a dominou culturalmente. O que podemos comprovar, portanto, é que do encontro e da interação desta gama de costumes pertencentes a dois povos, houve crescimento, evolução transformação e disso tudo nasceu uma nova cultura.

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