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Como salvar quem salva todo mundo?

  • 16 de outubro de 2025
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  • Theillyson Lima
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A crise é clara e a solução para as produções dos super-heróis voltarem a fazer sucesso não está escondida.

Nátaly Nunes

“Por favor, deixe isso morrer logo. Estou farto de todos esses filmes de super-heróis que estão sendo lançados”, disse a pessoa com o user Framboesa Notória, que carrega uma opinião forte sobre algo que um dia foi bom, muito bom. Pelo visto, existe um vilão que superou o das histórias e causou uma grande crise que parece sem solução. O que é preciso fazer para algo voltar a fazer sucesso? Um pouco antes de estourar, muitos se questionaram em como esses filmes infantis demais para adultos e sérios demais para crianças poderiam ter tanto êxito. E algo foi feito. Atualmente, algo também precisa ser feito porque os super-heróis correm perigo e precisam ser salvos.

Em 2013, a Superinteressante publicou um texto descrevendo um pouco essa fase. “Foi preciso um esforço monumental dos diretores e roteiristas apaixonados pelo material para mudar esse cenário. E algumas bilheterias estrondosas ajudaram também”. Graças a essa força tarefa, as produções foram aprimoradas com bons atores, diretores conhecidos e um pesado investimento. Olhando para o cenário atual é até irônico pensar que o título desse texto é “Como os heróis salvaram o cinema”.

Bom, antes tudo era novidade. O mesmo texto da Super comenta que o primeiro Superman, por exemplo, convenceu todo mundo de que um homem podia voar. Isso não foi algo simples, porque mesmo que filmes de ficção já existiam na época, os super-heróis revolucionaram a maneira de fixar essa ideia de inovação. Só convencer não era o suficiente, e esse também foi um dos motivos para os filmes terem seus desdobramentos. As pessoas podiam e gostavam de acompanhar os diversos, e infinitos, desfechos. 

Ah, mas é claro que uma hora isso iria saturar! É só fugir um pouco para o presente, essa história já foi contada e recontada várias vezes. Portanto, já não é novidade. Isso não quer dizer que o público está cansado de ir ao cinema e encontrar o Superman, mas, ao mesmo tempo, ele quer encontrar seu personagem favorito em um filme bem feito. Já adianto o “spoiler”: por muito tempo, ao tentar resolver essa situação, os produtores se perderam, mesmo isso não anulando o fato de que eles têm personagens bons e amados.

Onde procurar a solução?

Para surtir o verdadeiro efeito que eu pretendo atingir nesse texto, basear meus argumentos apenas em pesquisas, curiosamente, vai deixar esse Canal da Imprensa muito raso. Se apenas os dados respondessem a pergunta de “como os super-heróis podem voltar a fazer sucesso”, eles certamente já estariam em alta e não passando por essa baixa. A quantidade de dinheiro envolvido, pessoas de nome no meio audiovisual, tempo, criatividade. Todos dependendo de agradar ao sujeito final: o público. 

Parece meio generalista esse tipo de pensamento, porque realmente existem produtos que se forem seguir os desejos do público, eles vão se perder. Mas nesse caso, o telespectador foi “mal acostumado”. Já existiu uma boa fase que agradava a todos e até mesmo os que desagrava, reconheciam pontos positivos.

Mas antes, vamos lembrar que estamos no ano de 2025 e a opinião da inteligência artificial também tem peso (a que ponto chegamos!). A título de curiosidade vamos ver as 7 soluções que o Chat GPT deu: 

1- Histórias mais profundas e autorais
2- Menos “universos conectados”, mais filmes independentes
3- Vilões com propósito e complexidade
4- Misturar gêneros
5- Diversidade e novas perspectivas
6- Menos CGI, mais cinema
7- Apostar em emoção genuína

E pensar que tópicos tão importantes como estes, listados por uma IA, foram deixados de lado e resultaram na crise atual, que segundo uma pesquisa feita no ano passado pelo YouGov, mostra que 40% dos entrevistados demonstraram o desejo de ver menos filmes de super-heróis. 

Menos é mais

O significado de inovar é a criação de algo novo ou a melhoria de algo existente. Na opinião do Darby700, que escreveu para o site de comentários Quora, na tentativa de inovar, a indústria abusou do modelo que eles mesmos criaram. “Eles começaram a fazer o que é essencialmente o mesmo filme repetidamente, porque ficaram gananciosos”. Ow! Ganância. Para ele, o motivo de produzir mais é aquele desejo e a ambição por dinheiro. E dinheiro é algo que já rendeu muito nesse ramo, mas, a enxurrada de filmes interligados e contando diversas histórias não conseguiu agradar quem preza por detalhes.

Em entrevista ao GamesRadar, os irmãos produtores de Vingadores: Guerra Infinita, Ultimato e Capitão América: Soldado Invernal, Joe e Anthony Russo comentaram que essas reclamações de excessos são eternas. Anthony trouxe o paralelo dos filmes de faroeste que também passaram por um processo parecido, mas se tornaram dominantes no cinema americano clássico. “A questão da fadiga de super-heróis já existia desde antes de entrarmos nesse mundo”, completa o produtor. Só não finalizo este assunto aqui porque nós não vamos nos contentar com a resposta deles. Mas é bom ter em mente que independente do que aconteça, sempre vai ter alguém fadigado com algo que foi feito mais de uma vez.

Um recorte interessante sobre a questão desse incômodo pelos excessos, é que os fãs do gênero de comédia, por exemplo, não acompanham todos os filmes lançados. O mesmo para vários outros gêneros. Porém, o público principal dos super-heróis acompanhou praticamente todas as produções e os produtores conseguiram cansar essa galera que era fascinada. De acordo com uma pesquisa do SSRS, 78% dos homens adultos dos EUA se consideram espectadores e 34% acredita que a Marvel tem lançado muitos deles.

Então, seguindo essa lógica: a solução para os filmes de super-heróis voltarem a fazer sucesso é parar de produzir? Obviamente não! A resposta está em fechar um ciclo e iniciar outro. Está na hora de produzir menos e investir em filmes com amarras mais soltas e histórias independentes, porque, além desse problema de saturação, os filmes eram todos interligados e para entender o último, precisava assistir uma lista enorme de produções.

Ninguém quer ter que fazer a lição de casa antes de assistir um filme para depois conseguir entendê-lo. E quem disse isso foi o próprio presidente da Marvel Studios ao comentar sobre Quarteto Fantástico, lançado esse ano. “É um filme que não exige dever de casa. Você pode simplesmente ir ao cinema e assistir. Ele literalmente não está conectado a nada que foi feito antes”, contou Kevin Feige em uma entrevista ao Deadline. 

Alguns anos atrás, ficou bem nítido que, por mais que o filme Barbie (2023) seja de uma boneca e para a produção do filme eles esgotaram a tinta rosa do mundo, o longa chamou a atenção de todos, desde aquelas que brincavam com o brinquedo, até aqueles que tiravam a cabeça da boneca das irmãs quando eram mais novos. A mesma afirmação vale para Oppenheimer (2023), claro, apenas na questão de chamar a atenção de diversos públicos. Isso não quer dizer que eles agradaram a todos, mas despertaram algo em todos. 

Recuperar esse prestígio e protagonismo requer um destaque que chame a atenção de todos. Os filmes de super-heróis precisam voltar a ser mais originais e independentes (digo isso como um apelo pessoal também, rs). 

Que exagere na qualidade então

É difícil alguém reclamar de excesso de coisa boa, e ao mesmo tempo, é difícil alguma coisa continuar boa quando é feita em grandes quantidades. A culpa não é apenas de um cansaço coletivo desse gênero, e sim da maneira em que as histórias estão sendo construídas. Os filmes começaram a ficar mal feitos. Essa corrida contra o tempo (por conta da ganância, talvez) e o desejo de fazer mais e mais ocasionou em um trabalho desleixado. 

“Que diabos, penso comigo mesmo. Isso é lixo. Eles estão mesmo tentando? Eles estão lançando isso apenas para lançar filmes?”, disse o only_fishcube no Reddit. Em resposta, o usuário Eagc7 disse: “O problema é a qualidade dos projetos. Eles não têm se destacado ultimamente, então você se sente cansado”, comentou. 

Essa não é uma opinião só dos internautas. O atual diretor de Superman, James Gunn, falou em entrevista à Rolling Stone que quando trabalhava na Marvel, percebeu que havia uma pressa em produzir cada vez mais conteúdos e que isso prejudicou seu trabalho. “A razão número um é porque as pessoas estão fazendo filmes sem um roteiro finalizado”, comentou. 

Essa questão dos roteiros, precisa de duas soluções. A primeira é que eles precisam voltar a ser pensados com calma, feitos especificamente para aquela situação e só depois dessa fase pronta, começar a gravar. Roteiros inacabados resultam em produções flutuantes que têm muito mais chances de se perderem no meio do caminho.

Para Darby700, quando a maioria das mentes criativas se concentraram apenas em um projeto de cada vez, o que para ele foram os filmes que antecederam o Ultimato, o resultado foi algo refinado, único e inteligente.

Originalidade

A segunda solução, que já adianto que os filmes deste ano começaram a se atentar nela, é um novo tipo de abordagem dos temas. Um exemplo disso é o Quarteto Fantástico (2025), que tem a ideia narrativa com os elementos bem amarrados trazendo ficção científica e a temática de família, que se destacou diante dos filmes anteriores que não tinham elementos muito definidos no roteiro. 

E quando eu digo filmes anteriores, estou me referindo a esses feitos com pressa e que a história não estava pronta e lapidada. Porque é preciso lembrar que a maioria dos grandes sucessos tinham qualidade e foram fieis a uma boa linha narrativa com batalhas, poder e  aventuras, mas que depois de anos sendo assim, acabou ficando repetitivo. Atualmente, o público “pede” roteiros ancorados em dramas mais humanos, sensíveis, que pode-se dizer foi o caso de Quarteto Fantástico. 

Thunderbolts, que foi lançado neste ano também está ancorado nessas questões e ao dar nota 4 para o filme, o Antônio Marcos disse em sua avaliação: “O roteiro é inteligente ao explorar o passado conturbado dos personagens nesses momentos, oferecendo desenvolvimento emocional genuíno sem perder o ritmo acelerado da narrativa”. Foi até estranho rolar a tela das avaliações e por um bom tempo só ver 4-5 estrelas. Não vamos tomar como 100% verdade, mas para o Renato Bacon: “O MCU está realmente de volta” , diz. 

O canal do YouTube Entre Planos trouxe uma análise sobre essa nova fase dos filmes de 2025 e falando sobre esse novo tipo de abordagem. Ele diz que esses temas acabam se tornando mais memoráveis que um filme de super-herói médio por aproximar estes seres quase divinos à vida de um ser humano normal. “Eles não estão obcecados em conectar universos e criar fantasias puramente baseadas na demonstração de força e poder. Ao invés disso, eles usam como pilar as emoções mais profundas dos seus heróis”. 

Um comparativo que esse vídeo trouxe foi mostrar que Capitão América: Admirável Mundo Novo, foi o único lançamento deste ano que não se destacou tanto, em relação aos outros três, por não explorar temáticas mais profundas nos personagens e estar amarrado ao restante do MCU. 

“Agora, até filmes de super-heróis precisam ter um certo grau de originalidade. Eles precisam adicionar algo diferente. Eles precisam ter uma conexão emocional. Eles precisam ser eventos culturais que possam ser comercializados dessa forma. Não se pode fazer um filme ruim”, falou Ravi Ahuja, CEO da Sony Pictures, em entrevista ao The Wrap. 

Eles não estavam competindo, mas os dados mostram que Superman, lançado neste ano com essa nova abordagem, tirou Barbie do ranking ao registrar 13 milhões de visualizações globais em 10 dias na HBO Max e ser o filme mais rápido da história a atingir 1 milhão de avaliações no Letterbox, título que também pertencia ao filme da boneca.

A BBC trouxe uma matéria citando alguns motivos do sucesso dos filmes de heróis e um ponto interessante mencionado eram os escapismos. Os grandes filmes foram lançados a partir de 2008, “para alguns comentaristas, isso está diretamente ligado ao desejo geral por alguma forma de escapismo da realidade em um ano em que a crise financeira global atingiu duramente as pessoas e inaugurou uma era de incerteza”. Portando um dos pontos que fará os filmes de heróis voltar a fazer sucesso é essa coerência com a realidade atual do público. 

Salvação

Pelo visto, mostrar para as pessoas como os super-heróis salvam o mundo não é tão fácil assim, mas, excesso, a saturação, a falta de qualidade e os vários outros motivos para a crise atual dos filmes de super-heróis não precisam marcar o fim. Não foi a toa a decisão de colocar aqui relatos de fãs sobre o assunto. As produções precisam voltar a ter o foco principal em agradar o público, dando a eles produtos exclusivos, bem feitos e com inovação, que lembrando, é a criação de algo novo ou a melhoria de algo existente. Aceitar o fracasso é uma virtude. Agora, reagir a isso nadando contra a maré, te torna mais fracassado ainda.

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