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Bo Burnham: Inside, a graça do humor autodepreciativo

  • 10 de novembro de 2021
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Rir de si mesmo traz benefícios, mas pode encobrir uma realidade psicológica preocupante

Mariana Santos

O humor é moldado pelas experiências conjuntas da sociedade, por isso, pode ser um tanto quanto complicado entender por que a massa acha determinada atitude engraçada ou não. No caso do humor autodepreciativo, o indivíduo decide provocar riso a partir das suas próprias fraquezas ou desgraças, e é isso que o humorista Bo Burnham faz com maestria em seu especial de comédia Inside.

Sobre o especial de comédia

Lançado em maio de 2021 na Netflix, Inside é um retrato de diferentes aspectos da vida de Bo Burnham durante a quarentena. O especial é um compilado de músicas autorais intercaladas com piadas e momentos reflexivos estrelados, gravados e dirigidos pelo próprio criador. Como o longa foi gravado durante a pandemia, tudo acontece dentro da própria casa do humorista.

Temas complexos e atuais são abordados de forma cômica. Não que esses assuntos sejam de fato engraçados, mas a forma como o comediante os trata, provoca o riso. O isolamento, a internet, a depressão e ansiedade são alguns dos temas abordados pelo humorista que pergunta logo no início do especial: “Devo fazer piada num momento como esse?”

Cada momento do show é marcado por sua própria iluminação e contexto, sempre refletindo o estado de espírito de Bo Burnham. No início do especial as músicas são animadas e o comediante parece envolvido com o projeto nos momentos de transição entre cada música, mas a animação acaba.

É nítida a transformação que ocorre ao longo do show já que após completar 30 anos, o comediante aparece exausto e prestes a desistir do projeto. Momentos depressivos e de loucura são mais frequentes provocando riso e preocupação nos telespectadores.

Por mais que o conteúdo das músicas de Bo Burnham seja sombrio ou reflexivo, elas vêm acompanhadas de um ritmo divertido e luzes coloridas. Essa dinâmica contrastante é justamente responsável por tranquilizar quem assiste ao especial. É como se o comediante desse autorização para o telespectador rir de suas desgraças.

Ao final, todos os que assistem recebem o convite para fazer piadas quando ninguém está rindo. “Que tal eu sentar no sofá e assistir você na próxima vez?”, sugere Bo Burnham antes que o especial termine. É no conceito por trás dessa pergunta que reside o sucesso de Inside, o conceito de identificação.

A graça da autodepreciação 

As críticas caracterizaram a obra como “conforto para quem não aguenta mais o isolamento”, “marco histórico nos especiais de comédia” e até “uma forma de se manter são em meio ao caos”. Tudo isso, graças à necessidade do ser humano de se conectar com outros indivíduos mesmo que seja pela tragédia.

Para o dicionário Priberam, autodepreciação é a “apreciação desfavorável que alguém faz de si mesmo,  de suas capacidades, de seus atributos ou de seus feitos”, mas quando usado no humor, essa atitude ganha novos significados e objetivos.

O psicólogo e escritor Flávio Voight diz que esse tipo de humor pode ser muito positivo por gerar o senso de comunidade, afinal, “estamos todos juntos na inadequação”. Além da união, o humor autodepreciativo pode ser usado como um escudo, já que antecipa críticas blindando o indivíduo e desarmando os ofensores.

Pode parecer um pouco otimista demais caracterizar a autodepreciação como algo positivo, mas a realidade é que não é possível limitar o humor a algo bom ou ruim. Assim como outras formas de provocar riso, essa estratégia pode mascarar sentimentos que carecem de atenção.

Muitos jovens e adultos se identificaram com Bo Burnham, basta procurar pelo título na internet que inúmeros sites colocarão análises à sua disposição, mas será que todos com essa semelhança estão mentalmente saudáveis?

Voight destaca que nem toda piada é leve e despretensiosa. “Não dá para esquecer que, às vezes, falamos de dores em forma de piada, mas elas eventualmente podem ter sido internalizadas em forma de complexo, mesmo”, explica o especialista. Sentimentos reprimidos não são proveitosos, pelo contrário, são capazes de gerar transtornos psíquicos e precisam ser tratados. 

 

 

 

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