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A autonomia é o novo superpoder do consumidor

  • 15 de outubro de 2025
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  • Theillyson Lima
  • Posted in Análises
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Como os hábitos de consumo têm moldado a popularidade dos super-heróis.

Raíssa Oliveira

Muita gente cresceu com os super-heróis sendo líderes de bilheteria, foram os personagens principais do imaginário das crianças e o objeto de nostalgia de muitos adultos. Entretanto, 2025 foi um ano diferente esses filmes, que não alcançaram os números que estavam acostumados a receber nas telas de cinema. Três dos quatro filmes do gênero ficaram entre as 10 melhores bilheterias, mas nenhum deles atingiu 700 milhões de dólares, como acontecia fielmente nos últimos 14 anos. No final das contas, por que isso acontece? O público está assistindo fora dos cinemas ou não está assistindo e trocou o seu hiperfoco?

O cinema se tornou antiquado

Muito dessa queda na bilheteria dos filmes pode ser explicada pelas novidades nos hábitos de consumo da população, que possui um leque extenso de alternativas para escolher sem precisar sair de casa, depender de horários e regras e assistir apenas o que está em cartaz.

Isso se comprova quando analisamos a frequência no cinema em contexto geral, sem levar em conta somente os números dos filmes de super-heróis. Segundo estudo do Observatório Europeu do Audiovisual, o número de ingressos vendidos nos cinemas do mundo caiu 8,8% em 2024, comparado com 2023, primeira queda sem a influência da pandemia de Covid-19.

A força que tem o streaming 

Um dos motivos para o cinema ter saído da rotina de muitas pessoas, é que agora qualquer pessoa pode fazer sua sessão na sala de casa. Além de poder assistir os filmes no conforto do sofá, ninguém precisa alugar um DVD na locadora ou escolher apenas um para comprar. Basta pagar o seu streaming favorito, ou até mais de um, selecionar o que quiser dentro das muitas variedades e tudo está resolvido. Milhões de alternativas à sua disposição onde quer que você esteja. E, claro, se começou a assistir e não gostou, é só pausar e escolher outro.

Com esse controle e superpoder em mãos, a população que está cada vez mais imediatista, dona das suas decisões e com um tempo cada vez mais limitado, pode optar por escolher o que quiser e deixar de lado o cinema na sua essência, em que algum filme é lançado e você precisa ir até um local específico para assistir. 

Produções de streamings são lançadas como novidade nas suas próprias plataformas, sem a necessidade de ir até o cinema para obter o conteúdo e ficar por dentro do que está sendo falado nas bolhas sociais, precisando esperar para que o filme passe anos depois na “Sessão da Tarde” caso perca a oportunidade inicial. A maneira de ficar por dentro das tendências agora é outra, precisa ter um leque grande de assinaturas em plataformas de streaming para estar inserido de fato em várias tendências.   

A troca do filme por conteúdos curtos

Uma hora de filme é cansativa para quem pode ficar mais de três horas seguidas recebendo uma quantidade maior de conteúdos segmentados de segundos no TikTok e no Instagram. A revista científica Neurolmage publicou um estudo em que pesquisadores perceberam que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa ficam ativas com os vídeos do TikTok, produzindo de maneira rápida uma sensação de prazer e imensa satisfação no organismo. 

Por consequência disso, de acordo com a Demand Sage, cerca de 200 bilhões de reels são consumidos diariamente ao redor do mundo, incluindo o Facebook e o Instagram. O número é aproximadamente 24,7 vezes maior do que a população do planeta. Já um levantamento feito pela Search Logistics indica que o TikTok possui cerca de 1,5 bilhão de usuários ativos e tem o Brasil como seu terceiro maior público, que corresponde a 92 milhões de usuários.

Com tantos acessos em vídeos curtos, com poucos segundos, segmentados e com rolagem infinita, a população acaba sofrendo deterioração cerebral. Aliás, esse foi um termo popular no ano passado entre a Geração Z para descrever uma névoa mental e o declínio cognitivo associados ao formato de rolagem infinita nos celulares. “Brain rot”, termo original do inglês que faz referência ao fenômeno, foi nomeado Palavra do Ano pela Oxford University Press.      

Esses dados comprovam que, por mais que o indivíduo esteja feliz na sua for you, o hábito de consumo causa um vício problemático. Por conta dele, a atenção é dividida e as pessoas não conseguem mais parar para assistir um filme longo e, quando param, o celular fica do lado apitando notificações e a atenção fica dividida entre duas telas e os infinitos conteúdos. Além disso, para quem não está interessado em algum filme que está em alta, mas sente a necessidade de estar por dentro daquele assunto para socializar com determinado grupo ou matar a curiosidade, cortes no TikTok são uma alternativa muito utilizada.  

É barato para os super-heróis ganharem popularidade nas plataformas de streaming?  

Por mais que streamings sejam populares, é caro para as empresas manter as plataformas. Quando no cinema a pessoa não tinha poder de escolha e assistia o que estava em cartaz, com a possibilidade do streaming, por mais que as pessoas entrem querendo assistir algum filme de super-herói, a vasta amplitude de gêneros e títulos cinematográficos pode dispersar o consumidor do seu objetivo inicial. É muita oferta para que todos consigam atingir os seus números ideais de alcance em venda e, para obter lucro, é necessário um alto investimento. 

O futuro cada vez mais tecnológico   

A perspectiva para o futuro é que a alta de conteúdos que possam ser acessados com total autonomia continue crescendo. A não ser que alguém invente uma moda nas redes sociais para engajar as pessoas a frequentar cinema ou colocar os super-heróis em alta demanda, esses objetos de desejo podem acabar se esvaindo do pensamento rotineiro da população. 

Além disso, com as novas tecnologias, a dispersão de formatos e conteúdos pode aumentar cada vez mais por conta da alta demanda e facilidade de consumo. A TV 3.0 traz um ideal de qualidade de cinema dentro de casa, relacionado à imagem e também à questão sonora. Dessa maneira, para que sair da minha zona de conforto se eu posso, com um único clique,  escolher tudo que eu quero, quando eu quero, com quem eu quero e sempre que eu quero? 

O cinema ainda tem relevância cultural, mas não um protagonismo na rotina do consumidor. Quanto aos super-heróis, só vai querer assistir na íntegra e se atualizar às novidades e aos multiversos, quem já foi comprado pela ideia anteriormente. Personagens que fizeram tanto a infância e adolescência de alguns, voltam para o seu público de apreciadores inicial e fiel. 

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