
Vale a pena fazer de novo?
- 23 de abril de 2025
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- Theillyson Lima
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Theillyson Lima
O título desse texto é uma referência a um dos programas mais antigos da Globo, o Vale a Pena Ver de Novo, que consiste em reprises de novelas que fizeram sucesso. Apesar do título, a nossa discussão não será sobre essas novelas, mas sobre os remakes de filmes, séries e novelas e o hábito cada vez mais comum de realizá-los.
O remake consiste em refazer uma obra já feita no passado, o que pode ser feito de forma literal ou com mais adaptações. Muitos sucessos atuais do mundo do entretenimento são remakes, o que explica a utilização dessa estratégia. Mas a pergunta que fica é: realmente vale a pena refazer essas produções?
É claro que a resposta não é única e definitiva, afinal, cada caso é um caso. Existem sucessos do passado, que realmente estão no passado, e precisam ser recontados para que sejam valorizados pela geração atual. Esse cenário parece bem simples de ser aceito, pois traz algo que precisa ser dito.
No entanto, também existem produções que são recentes mas que também estão passando por remakes. Aqui, pelo menos para mim, o ponto de interrogação é bem claro. Será que é preciso reviver esse enredo cinco anos depois do primeiro? Não existem histórias mais interessantes e novas que possam ser contadas?
A evolução tecnológica é outro ponto que ajuda a justificar a necessidade de um remake, já que filmes que exigem o uso de efeitos especiais podem ser altamente beneficiados com os recursos disponíveis atualmente.
As mudanças na sociedade também são um questionamento válido, pois o que era comum no passado, hoje é visto de outra maneira. Dessa forma, muitas histórias são contadas de forma diferente, ressignificando personagens, contextos políticos e buscando uma representatividade que não existia.
Essas e outras discussões estão presentes nesta edição do Canal da Imprensa. Você encontrará textos que defendem os remakes e aqueles que acham que isso poderia ser evitado. Além disso, algumas análises técnicas demonstram a relevância da refação de uma produção ao longo do tempo.
Uma história boa continuará sendo boa ao longo do tempo, porém, é necessário cuidado para que ela não se torne superexplorada. Há espaço para remakes, mas eles não podem monopolizar a produção cultural, o que tira o espaço da criatividade, da inovação e da tentativa e erro.