Streaming: ganhos e perdas

Theillyson Lima

Ainda lembro a primeira vez que ouvi falar sobre Netflix. Estava no trabalho quando uma colega comentou que assinava o serviço e tinha muitos filmes e séries disponíveis para assistir a hora que quisesse. Anos depois, os streamings de vídeos fazem parte da minha rotina, sendo variados entre diversas plataformas. 

Se no passado a ostentação era ter um bom pacote de TV a cabo, hoje, o mesmo pode ser dito de quem assina diversos serviços de streaming. A necessidade de acompanhar todas as novidades no audiovisual, leva as pessoas a ter mais plataformas do que são capazes de assistir. 

Apesar dos streamings não serem um serviço caro, a soma de cada plataforma também não é barata. O mais engraçado é que ninguém é capaz de assistir os catálogos de forma completa, afinal, nem tudo é do interesse da pessoa e aí um fenômeno interessante é visto: você assina seis pacotes e tem apenas uma série que acompanha em cada um deles. 

Outro problema desse universo é a falta de acessibilidade para gerações mais antigas, que não tem a facilidade para baixar diversos aplicativos em suas televisões ou nem mesmo possuem aparelhos com a tecnologia adequada. Se a sua avó tem vontade de assistir “Grey ‘s Anatomy”, provavelmente é alguém da família que precisa ligar e colocar no episódio desejado. 

Não podemos esquecer da dificuldade de acesso à internet que ainda é grande no Brasil. Se para mim ou para você a conexão na web é comum, é notório, como será visto em alguns textos desta edição, que a internet ainda é um luxo para muitas famílias. 

Também encontramos problemas no lado dos produtores de conteúdo. Quais são os impactos de ter serviços estrangeiros dominando as plataformas e, principalmente, sendo os mais consumidos pelos brasileiros? É possível que produtores, atores e diretores tenham saudade da época de ouro das novelas, na qual um ator de novela das seis era muito mais conhecido do que qualquer astro norte-americano de alguma série.

Nesta edição do Canal da Imprensa, vamos analisar o impacto dos streamings na mídia brasileira, entendendo como eles afetam o consumo, os meios de produção e quais são os pontos fortes e fracos deste modelo. São diversos aspectos que precisam ser analisados pelo lado do consumidor e também pelo lado do prestador de serviço. 

Talvez você se identifique com um ou com vários cenários apresentados durante os textos, como eu me identifico claramente com a dificuldade de saber em qual streaming o jogo de futebol do meu time vai passar. Por isso, leia atentamente os textos e analise como os serviços de streaming modificaram hábitos. Se é melhor ou pior? Você decide!

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