El País e a importância da vacinação
- 17 de junho de 2019
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- Thamires Mattos
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Qual é a lógica por trás do movimento antivacina? É isso que o El País procura entender e explorar
Leonardo José
Em uma sociedade ideal, além dos combates à desigualdade, uma das principais reivindicações sociais feitas pela população é o bom acesso a saúde. Entretanto, há um grupo minoritário que se denomina antivacina. Sim, são os conspiradores surgidos com o forte advento das Fake News. Se esse grupo existe, qual é a lógica por de trás dessa ideia, que põe a vacina como responsável por diversas enfermidades? É isso que o periódico espanhol El País busca entender através de diversos artigos e reportagens em seu portal.
Por se tratar de um veículo internacional, a maior parte das notícias sobre esse tema ocorreram na Europa. Em junho de 2017, uma reportagem contou que, a partir de então, na União Europeia, alguém vacinado que apresentasse alguma enfermidade poderia culpar a vacina, mesmo sem apresentar provas. No mesmo mês, foi produzida uma matéria sobre os novos inimigos da ciência. O principal foi o movimento antivacina.
Desde então, o jornal espanhol tenta entender a razão pela qual um grupo de pessoas se opõe à vacinação. No entanto, a postura adotada foi a de mostrar através do jornalismo a importância das vacinas. Em agosto de 2017, um artigo sobre seu surgimento foi elaborado. De acordo com a publicação, a primeira veio para combater a varíola, hoje erradicada. A palavra “Vacina” também é pauta: afinal, o método de imunização aparenta ter surgido da vaca, mas é provável que tenha sido produzido primeiro a partir do cavalo.
Ainda em 2017, começaram a ser relatados problemas decorrentes da falta de vacina em algumas regiões do Brasil. A primeira matéria do El País Brasil foi sobre a ineficiente combatividade do estado de São Paulo para enfrentar a febre amarela. A partir de um corte no orçamento da saúde, os estoques de vacina não eram suficientes para medicar totalmente a população. Uma epidemia não chegou a começar, porém, não se pode deixar de notar o quão preocupante é ter um país que não mantém a febre amarela sob controle. A doença já está erradicada em vários territórios. Em janeiro de 2018, o jornal realizou uma matéria sobre quem deve prioritariamente se vacinar contra a febre amarela.
Ao decorrer do ano de 2018, não foi feita nenhuma matéria diretamente relacionada ao movimento antivacina. Entretanto, algumas que faziam um paralelo com o Brasil de cem anos atrás não deixam de criticar tal militância. Logo em janeiro, um artigo sobre movimentos conspiratórios foi escrito pelo El País americano, traduzido e publicado também no Brasil. Nele, se ridicularizava desde os que duvidam do 11 de setembro aos antivacinas convictos.
Neste ano, mais publicações foram feitas contrariando os que negam a importância da vacina. Nos Estados Unidos, um jovem se rebelou contra a própria família – tradicionalmente antivacina – ao fazer 18 anos. Ele optou por se imunizar. Outra reportagem contava que estudos na Dinamarca comprovaram que vacinação não tem ligação com autismo. Enfim, uma resposta nada surpreendente.
Com a apuração feita, nota-se que o El País adota em sua linha editorial um completo favorecimento a vacinação. E, vai além, ao alertar sobre como surgem as teorias da conspiração que podem mudar o rumo social de um país.