O que resta é o riso
- 20 de maio de 2019
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- Thamires Mattos
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O humor nasceu na Grécia Antiga. O teatro possuía duas máscaras: a trágica e a cômica. Dois lados da mesma moeda. E, diga-se de passagem: estão cada vez mais difusos. Em um mundo dominado pela filosofia, descobertas matemáticas e biológicas, além de conquistas territoriais, os gregos fundaram a cultura do hilário. Rir é imperativo à existência humana, e, por isso mesmo, o hilário habita na mídia.
“Não confie em ninguém que não possui senso de humor”. A frase cunhada pela ativista Gloria Steinem, milhares de anos após o início da comédia, me chama a atenção – e não por seu conteúdo. Esse, já sabemos ser verídico. É impossível aguentar a vida ao lado de gente que não ri. No entanto, vinda de Steinem, a maior representante da segunda onda feminista e da luta política pelos direitos das mulheres, a fala causa estranhamento. Esperamos aforismos pomposos e profundos de figuras proeminentes da política. Mas, na verdade, a frase de Steinem só reforça uma necessidade social. Lutamos por direitos, cumprimos nossos deveres. Fazemos o possível para colocar no poder alguém em quem confiamos. Nesse caminho, decepções virão. E, além da luta, o que nos resta é rir.
Afinal, se existe algo positivo que nasce em meio ao caos político/econômico/social vivido no Brasil, é o humor. A criatividade tem florescido, e antigos padrões de comédia são, pouco a pouco, quebrados. O reconhecimento do humor como forma válida e relevante de arte e comunicação traz a este uma aura mais reflexiva. Essa qualidade pode ser usada tanto para abater o status quo quanto para fazê-lo perdurar.
Procuramos, na 176ª edição do Canal da Imprensa, oferecer análises que aprofundem seu entendimento do humor como uma ferramenta poderosa de conscientização.
Boa leitura!
Thamires Mattos, editora-chefe do Canal da Imprensa